Homem estava foragido e foi detido em Alfenas, no Sul de Minas (Sérgio Andrigo/Arquivo Hoje em Dia)
Em decorrência da rixa política com seus antecessores, pelo menos mais três prefeitos do Sul de Minas estão se remoendo para pagar salários atrasados dos servidores. Em alguns casos, a dívida chega a ultrapassar o valor do repasse anual do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que representa parcela importante e significativa na receita dessas administrações.
Em Lavras, o novo prefeito, Marcos Cherem (PSD), diz ter herdado uma dívida de R$ 23 milhões – valor R$ 3 milhões maior que o FPM de 2012 – da ex-prefeita Jussara Menicucci (PSDB). A administração de Lavras também tem, desde 2010, um débito de mais de R$ 1,9 milhão com o Fundo de Precatórios. “Os funcionários não receberam os vencimentos de novembro, dezembro e parte do 13º. Teve atraso nas contas da Cemig e da Copasa, e nesses casos, conseguimos fazer acordo, mas não vislumbro uma solução antes do fim deste ano”, afirma Cherem. Para colocar a casa em ordem, o prefeito de Lavras decretou a suspensão do atendimento ao público, até o dia 22, para realizar auditoria nas contas públicas.
Em Alfenas, o prefeito Maurílio Peloso (PDT) ameaça decretar estado de emergência para poder contratar serviços básicos sem licitação. Peloso e o vice Décio Paulino (PR) dizem que o ex-prefeito Luiz Antônio da Silva (PT) teria deixado para o município uma dívida de R$ 9 milhões – praticamente a metade do FMP de 2012. “Temos uma lista de oito pessoas de cargos de confiança, entre eles secretários, que receberam os salários de dezembro e o 13º, mas 2.200 efetivos ficaram sem pagamento”, diz o prefeito.
Varginha engrossa lista de devedores
Varginha também herdou dívidas. A Comissão de Transição de Governo apontou um débito de R$ 111 milhões com Fundo de Previdência dos Servidores, fornecedores e repasses para fundações e autarquias. Ex-secretário de Administração, Guilherme Maia admite a dívida, mas alega que o valor é inferior, de R$ 70 milhões.