Doleiro e ex-diretor da Petrobras dizem que tesoureiro do PT operava desvios na estatal

Folha Press
09/10/2014 às 16:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:33
 (DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)

(DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef disseram que o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, intermediava os recursos desviados de obras da estatal para o partido. Costa e Youssef fizeram acordo de delação premiada e prestaram depoimento à Justiça Federal nesta quarta-feira (8). Eles são acusados de participar de um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. 

"Tinha uma outra pessoa que operava a área de serviços, que se eu não me engano era o senhor João Vaccari", afirmou o doleiro em depoimento. Youssef disse também que as empresas que faziam contratos com as áreas de abastecimento e de serviços da Petrobras tinham que pagar propina de 1% sobre dos valor do contratos.

O juiz Sergio Moro, responsável pelo processo do caso, indagou se o valor de 1% dos contratos da área de serviços passava por Paulo Roberto Costa e o Youssef respondeu: "Não, isso era para outro partido".

O doleiro citou ainda que o lobista Fernando Soares fazia essa intermediação para o PMDB e que ele próprio cuidava dos recursos que ia para o PT. "Tinha Fernando Soares que operava com Paulo Roberto Costa para o PMDB."

O primeiro depoimento à Justiça Federal foi de Costa, após o acordo de delação premiada. O ex-diretor afirmou que o suborno correspondia a 3% do valor líquidos dos contratos da Petrobras. Segundo ele, o esquema de desvios operava em três diretorias da estatal.

OUTRO LADO

Vaccari negou sucessivas vezes que tivesse tratado de arrecadação de recursos com o doleiro. Ele confirmou, porém, que esteve no escritório de Youssef, em São Paulo, mas não chegou encontrá-lo. 

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