O pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, João Doria, anunciou oficialmente nesta sexta-feira (22), o apoio do PP ao seu projeto de disputar o Palácio dos Bandeirantes nas eleições de outubro. O anúncio foi feito uma semana após os progressistas terem oficializado aliança com o governador Márcio França (PSB), que também é pré-candidato.
Afirmando ter o maior tempo de rádio e TV até agora entre os pré-candidatos, Doria ainda fez acenos ao MDB e ofereceu uma das vagas ao Senado para o empresário Paulo Skaf, que pretende ser novamente candidato ao governo estadual. "Portas abertas e corações pulsantes", declarou o tucano, ao fazer a sugestão para o emedebista.
Doria elogiou o empresário Paulo Skaf e afirmou que um acordo com o MDB poderia ser fechado em julho, antes das convenções partidárias. "Ajudaria a fortalecer e engrandecer esse movimento democrático em busca de uma coalizão para defender São Paulo em uma ampla frente do qual ele seria um dos protagonistas, e nesta condição, talvez ocupando a seu desejo uma das chapas para o Senado Federal", declarou o ex-prefeito, dizendo que a candidatura ao Senador "engrandeceria" a imagem de Skaf e ponderando que respeitava o direito de ele querer ser candidato a governador.
De acordo com um interlocutor de Doria, a sugestão para a vaga de vice foi feita para manter as portas abertas ao MDB, apesar de a campanha acreditar que, no momento, a posição de Skaf nas pesquisas eleitorais o faz insistir em sua candidatura.
Além do apoio estadual, o ex-prefeito de São Paulo defende que o MDB se junte ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pela Presidência da República.
Mudança
Durante a coletiva de imprensa organizada para o anúncio, que contou com líderes de outros partidos que já fecharam com Doria, como o ministro Gilberto Kassab (PSD) e o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM), o presidente do PP estadual, Guilherme Mussi, justificou a mudança de posição no partido com um "erro de timing" na semana anterior.
Segundo ele, o apoio a Márcio França havia sido formalizado na cúpula estadual da legenda, que recebeu sinais contrários de prefeitos e outras lideranças do interior do Estado e foi forçada a ampliar a consulta sobre o posicionamento.
Desta vez, ele garantiu que haverá fidelidade no apoio ao tucano. "A fidelidade se baseia no sentido de que já ampliamos ao máximo a escuta entre os representantes do partido no Estado, acho que já se esgotou e não vai haver mais nenhum tipo de mudanças. A decisão está tomada e seguiremos juntos até o final", disse.
O presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira, no entanto, não estava presente no anúncio. Mussi justificou incompatibilidade de agenda e afirmou que a decisão de apoiar Doria foi totalmente independente da cúpula nacional do PP.
Nacionalmente, PP e DEM negociam em bloco os rumos que tomarão nas eleições presidenciais. Considerando a aliança com o PSDB em São Paulo e a possibilidade de o DEM apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo Planalto, Mussi disse acreditar que uma aproximação com o tucano no plano nacional "pode ser que aconteça".
Questionado se não tinha constrangimento em receber o apoio do PP, no qual o deputado afastado Paulo Maluf, que cumpre prisão domiciliar, é filiado, Doria disse que não há "nenhum" assim como não houve quando foi eleito prefeito da capital paulista, em 2016.
Seleção
Com a coletiva organizada uma hora depois do fim do jogo da Seleção Brasileira contra a Costa Rica pela Copa do Mundo, Doria afirmou que está formando uma "seleção vencedora que sabe jogar em conjunto e tem sede de gol".
Ao fazer uma relação da aliança com o PP e o jogo desta sexta-feira, no entanto, o ex-prefeito acabou citando o primeiro gol do Brasil na partida sem exatidão do tempo em que foi marcado.
Doria relacionou o número da camisa do jogador Philippe Coutinho, 11, autor do primeiro gol, com o número de urna do PP. Ele falou ainda que o primeiro gol do Brasil foi marcado aos 45 do segundo tempo, o mesmo número do PSDB, sendo que o cronômetro da partida registrou o gol aos 46.Leia mais:
Lula poderá ser candidato se STF acatar medida cautelar de sua defesa, diz Badaró