Valor oferecido na cidade da região metropolitana da capital ainda é três vezes menor do que será pago em BH
Projeto de Lei (PL) que concede vale-alimentação aos 41 vereadores de BH foi aprovado na última terça-feira (18) (Maurício Vieira/ Hoje em Dia)
Belo Horizonte e Contagem são as únicas entre as dez maiores cidades de Minas que oferecem vale-alimentação aos vereadores. O levantamento foi feito pelo Hoje em Dia junto ao Legislativo dos municípios na mesma semana da aprovação do Projeto de Lei (PL) que concede tíquete aos 41 parlamentares da Câmara Municipal da capital, no valor de R$ 2,3 mil mensais.
As cidades foram selecionadas a partir do tamanho da população apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No “top 10” de Minas, não pagam vale-alimentação aos vereadores Betim, Governador Valadares, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros, Ribeirão das Neves, Uberaba e Uberlândia.
O valor oferecido aos parlamentares em Contagem é quase três vezes menor do que o previsto para BH. Enquanto o benefício destinado aos vereadores da capital mineira será de R$ 2,3 mil por mês, entrando em vigor em 1º de abril, o vale-alimentação recebido pelos políticos da cidade vizinha é de R$ 770, mesmo valor recebido pelos servidores da Casa.
O PL que prevê o vale-alimentação aos parlamentares de BH foi aprovado na última terça-feira (18). Até então, os vereadores da capital não tinham acesso ao benefício - que já é concedido a servidores da Câmara, no valor atual de R$ 1.250 mensais.
O texto aprovado agora também contempla os servidores, que passarão a receber o mesmo vale de R$ 2,3 mil - um reajuste de 89%. O salário de vereador em BH é de R$ 18 mil.
O pagamento do tíquete não é retroativo a janeiro, fevereiro e março. O benefício estará disponível em um cartão habilitado para uso em restaurantes, padarias, supermercados e outros estabelecimentos. Durante o recesso parlamentar, em janeiro, os vereadores também irão receber a “ajuda”. O valor só não será disponibilizado nas férias dos parlamentares.
O Hoje em Dia apurou que outros representantes do Legislativo mineiro - deputados estaduais e federais - não recebem vale-alimentação. O Senado Federal informou que os senadores também não compartilham do benefício.
O PL de autoria dos vereadores Professor Juliano Lopes (Podemos), Pablo Almeida (PL), Wagner Ferreira (PV) e Wanderley Porto (PRD), que compõem a Mesa Diretora.
Por meio de nota, a Câmara Municipal informou que o PL “promove o reajuste da remuneração e altera o valor e a metodologia de concessão do auxílio-alimentação, atendendo à solicitação do sindicato que representa os servidores do Legislativo”.
Somente três vereadores votaram contra o PL (Cristina Medeiros/CMBH)
O projeto foi aprovado com 37 votos favoráveis e três contrários, de Bráulio Lara, Fernanda Altoé e Marcela Trópia (Novo). Os vereadores do partido foram procurados, mas não deram entrevista. A assessoria do parlamentar Bráulio Lara afirmou que a decisão contrária ao PL é uma diretriz da diretoria da legenda.
Nas redes sociais do Hoje em Dia, várias pessoas se manifestaram contrárias ao Projeto de Lei. Alguns lembraram o salário atual de R$ 18 mil dos vereadores. Outros se limitaram a escrever “misericórdia” para mostrar a indignação. Como o jornal mostrou um dia após a aprovação do texto, o benefício mensal bancaria 766 refeições no Restaurante Popular que fica dentro da própria Câmara de BH. Lá, a refeição sai a R$ 3.
Comentários nas redes socias do Hoje em Dia (Reprodução)
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