Eduardo Campos quer marcar presença em território mineiro

Sem vir a Minas desde o ano passado, antes de assumir sua pré-candidatura ao Planalto, o presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE), decidiu inaugurar uma ostensiva agenda de visitas ao estado. As viagens do socialista começarão por Uberaba, no Triângulo, onde vai participar da ExpoZebu no dia 3 de maio. Depois, ele segue para Belo Horizonte e Contagem para receber títulos de cidadão honorário nas respectivas Câmaras de vereadores, já no dia 5. Também está previsto um almoço com políticos, mas sem confirmação de pauta.   A agenda foi divulgada na última quarta-feira (9) pelo presidente do PSB mineiro, deputado federal Júlio Delgado e confirmada pela assessoria do pré-candidato. “Depois disso, já estamos articulando visitas a Montes Claros e no Vale do Jequitinhonha”, disse o dirigente.   Campos desembarca em Minas em meio a um racha no PSB mineiro. Parte da legenda defende o apoio ao candidato tucano Pimenta da Veiga e outra vertente defende a candidatura própria. Na terça-feira, o professor Apolo Heringer foi lançado pré-candidato ao governo de Minas com o apoio da ex-senadora Marina Silva, vice na chapa de Eduardo Campos. Ela divulgou nota em apoio a um palanque do PSB no Estado.   Por outro lado, Campos ainda não veio a público falar sobre o imbróglio em Minas. O “sumiço” de Campos – ele só visitou Minas duas vezes em 2013 – somado a esse silêncio, vem favorecendo rumores de um suposto acordo com o senador Aécio Neves (PSDB).   O presidente da legenda, Júlio Delgado disse que a decisão sobre a candidatura própria levará em conta a disputa à Presidência da República. “Ele está ciente (da pré-candidatura de Apolo Heringer), sabe do apoio de Marina, e recebeu essa manifestação como legítima. Mas a decisão tem que ser levada ao coletivo do partido”, disse Delgado, que classificou a candidatura de Apolo como “não tão natural assim”, ao compará-la com a de Marcio Lacerda.   Dilma em Minas   A presidente Dilma Rousseff (PT) também decidiu intensificar sua presença no estado vindo a Minas pelo menos uma vez por mês nos próximos meses, segundo informação de aliados.   Considerado estado estratégico para qualquer candidato ao Palácio do Planalto, Minas já recebeu a presidente quatro vezes só neste ano. A próxima parada deve ser em Pouso Alegre ou Varginha, sul de Minas.   Segundo uma fonte, Dilma trabalha para fortalecer sua imagem junto ao eleitorado mineiro. “Todos os presidentes eleitos ganharam em Minas. Ela precisa consolidar os votos aqui”, declarou um aliado.   Dilma entregou maquinário para centenas de prefeitos, parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2). Em todas as visitas, o pré-candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel esteve presente. Cotado para ser vice do petista, o presidente do PMDB de Minas, deputado federal Antonio Andrade, compareceu a três agendas.    Petistas afirmam que Odair se nega a dar cargo para Articulação   Quatro meses depois das eleições internas do PT, as alas do partido ainda não conseguiram se entender. Petistas da ala Articulação alegam que a nova Executiva, presidida pelo deputado Odair Cunha, não empossou seus membros na direção estadual. A situação é considerada alarmante por alguns petistas, já que o racha pode prejudicar a pré-campanha de Fernando Pimentel ao governo de Minas.   Procurada, a responsável pela Articulação, Gleide Andrade, confirmou o confronto. “Acho um equivoco político enorme, não reconhecer 30% do PT. Nunca antes na história do nosso partido isso aconteceu”, declarou por meio de nota.    Gleide foi derrotada no processo de eleições internas do PT no ano passado. As eleições foram alvo de denúncias, como a de que um filiado morto teria votado.   O deputado estadual Paulo Guedes afirmou que ainda existem divergências sobre os números da eleição. “De fato, nosso grupo ainda não tomou posse devido a essas questões, pois tem divergências de números com relação ao resultado da eleição”, disse Guedes.   Odair negou e disse que já integrou os 30% da Articulação, tanto no diretório quanto na Executiva. De acordo com ele, o partido não está dividido e trata-se de uma questão burocrática.    “Houve um atraso por parte deles na indicação, então tivemos que nomear por ordem alfabética. Mas na reunião passada já resolvemos isso. O que está pendente é uma pasta para eles, no caso a secretaria de Relações Institucionais. Mas isso é por que eles merecem, pois a proporcionalidade já está atendida”, declarou Cunha. Ele explicou que na próxima reunião a pasta será desocupada para um indicado da Articulação.