(Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo)
Mais de 2,3 milhões de eleitores do Amazonas voltam às urnas neste domingo (6) para escolher um novo governador. A eleição direta no Amazonas foi determinada pelo TSE depois que o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) cassou em 2016 os mandatos dos governador José Melo (PROS) e do vice-governador Henrique Oliveira (SD), acusados de compra de votos na eleição de 2014.
A ação de cassação foi proposta pela coligação adversária "Renovação e Experiência", que tinha como cabeça de chapa o senador Eduardo Braga (PMDB), que figura hoje entre os três candidatos mais bem avaliados no pleito de hoje.
Braga foi derrotado em 2014 pela chapa Melo e Oliveira no segundo turno. Depois de ser confirmada a cassação do governador e do vice, a coligação "Renovação e Experiência" pediu a posse imediata de Eduardo Braga como governador e de Rebecca Garcia como vice, mas por decisão do próprio TRE-AM, os dois cassados permaneceram no cargo.
A decisão do TRE-AM foi endossada em julgamento de recurso da chapa cassada pelo TSE com votos pela cassação dos ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Herman Benjamin, Admar Gonzaga e Rosa Weber. Pela absolvição votaram o relator do caso, Napoleão Nunes Maia Filho e Luciana Lóssio. A maioria dos ministros entendeu que houve compra de votos por uma assessora de confiança do governador, Nair Blair, flagrada dentro do comitê de campanha com R$ 7.700, além de recibos e planilha que mostravam a destinação de dinheiro para eleitores.
Além de Eduardo Braga (PMDB), aparecem como bem posicionados nas pesquisas de opinião o ex-governador Amazonino Mendes (PDT-AM) e Rebecca Garcia (PP-AM), que no pleito de 2014 foi vice de Eduardo Braga.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, está em Manaus, onde acompanha todo o processo da eleição suplementar. Mendes deverá conceder entrevista coletiva durante este domingo para dar seus pareceres a respeito do pleito.
No dia 26 de julho, o ministro Gilmar Mendes já esteve em Manaus e verificou os preparativos da eleição. A previsão do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) é de que a eleição custará algo em torno de R$ 32 milhões, incluindo o deslocamento de tropas das Forças Armadas para assegurar a ordem em diversos municípios do Amazonas.
Governador do AM deve ser conhecido por volta de 20h
O Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) estima que por volta das 20 horas local (21 horas no horário de Brasília) já será conhecido o governador eleito do Estado. No horário previsto, o desembargador e presidente do TRE-AM, Yedo Simões, fará um balanço das eleições no Estado.
O desembargador informou há pouco, durante entrevista coletiva, que os locais de votação serão fechados às 17 horas, com exceção de 7 municípios onde, por causa do fuso horário, as urnas serão fechadas às 18 horas. De acordo com as autoridades eleitorais e de segurança do Amazonas, até o momento as eleições transcorrem dentro de um clima de bastante ordem e tranquilidade.
O Superintendente em exercício da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Richard Murad, destacou durante a coletiva de imprensa a integração entre as Forças Armadas e as polícias Federal, Civil, Militar e Judiciária Eleitoral como elemento crucial para o sucesso das eleições até agora. A expectativa do TRE-AM é a de que a maior movimentação de eleitores rumo aos locais de votação se dará no período da tarde.
Yedo Simões atualizou os custos para a eleição suplementar no Amazonas. De acordo com ele, para o primeiro turno foram gastos R$ 23,5 milhões, valor que inclui deslocamentos das tropas das Forças Armadas para o Estado, deslocamentos e diárias de policiais militares e civis para interior do Estado.
"Estamos em todos os municípios, reforçando com equipes da Polícia Judiciária Eleitoral onde a PF não está presente. Todos os municípios foram reforçados com apoio da Polícia Militar. Tudo que fizemos é para obter controle de todo o interior do Amazonas", explicou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes.