Montes Claros é a principal cidade do Norte de Minas (Manoel Freitas / Arquivo O Norte)
O Norte de Minas se prepara para mais uma oportunidade de eleger candidatos que possam pensar nas tribulações da população de uma das maiores mesorregiões do Estado.
No dia 2 de outubro, eleitores dos 89 municípios que compõem esta parte especial de Minas Gerais irão às urnas para escolher novos representantes ou reeleger algum candidato.
Somente nos dez maiores municípios da região - Bocaiúva, Jaíba, Janaúba, Januária, Montes Claros, Pirapora, Porteirinha, Salinas, São Francisco e Várzea da Palma - são aproximadamente 630 mil moradores aptos a exercer este ato de cidadania, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Destas cidades, Montes Claros é o 6º maior colégio eleitoral do Estado.
Apesar do número expressivo de eleitores, a região conta, atualmente, com apenas dois deputados federais e seis estaduais. Com a nova eleição em curso, a expectativa é de que o número de parlamentares filhos da terra aumente, tanto na Câmara dos Deputados, quanto na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG).
Sociólogo e chefe do Departamento de Política e Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Geélison Ferreira da Silva (Arquivo pessoal)
“Norte de Minas é um estado”
De acordo com Natal Padoani, professor e pesquisador da Agência de Pesquisas de Opinião & Mercado (APUP), localizada em Montes Claros, o número de eleitores norte-mineiros é de, aproximadamente 1.250.000. Entretanto, este total não será o apresentado na votação pois, na avaliação do especialista, deve haver “uma perda de 25% de abstenção em relação aos pleitos passados”, apurando entre 800 mil e 850 mil votos.
“Nós temos condições de eleger mais deputados federais e estaduais, além dos atuais, pois o Norte de Minas é um verdadeiro estado”, analisa Padoani.
"Filhos da terra"
O sociólogo e chefe do Departamento de Política e Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Geélison Ferreira da Silva, ressalta a importância de os eleitores elegerem candidatos “filhos da terra”, tanto deputados federais, quanto estaduais, para que possam representar os interesses da região, uma vez que, a mesma, possui características díspares em relação ao restante do Estado. E citou a seca como exemplo.
“A maioria dos deputados que são eleitos na região não têm pautas identitárias, ou seja, pautas específicas. Eles acabam priorizando pautas universais. Quando os deputados são eleitos em sua região, tendem a priorizar a sua região, por meio das emendas parlamentares e das indicações que fazem no orçamento do Estado e da União. Por meio dessa priorização, eles impulsionam a estruturação da região e o desenvolvimento de políticas públicas no Norte de Minas. É vantajoso para o eleitor esse apoio regional”, enfatiza Silva.