(Reprodução Internet)
Uma das empresas de Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, chegou a ser declarada vencedora de um processo licitatório realizado pelo governo federal após ficar em 27º lugar entre 33 concorrentes possíveis. O empresário – investigado pela Polícia Federal suspeito de desviar dinheiro público para campanhas petistas – abocanharia um contrato de R$ 48 milhões da então Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (atualmente, Ministério da Pesca e Aquicultura) para realizar eventos com itens e serviços superfaturados se não fosse a intervenção do Tribunal de Contas da União (TCU).
O processo, cercado de irregularidades, teve a empresa Dialog Serviços de Comunicação e Eventos Ltda. (rebatizada posteriormente de Due Promoções e Eventos Ltda.) declarada vencedora após uma série de artimanhas.
Irregularidades
A primeira irregularidade identificada pelo TCU foi a aprovação da entrada de duas empresas cujos sócios e endereços eram iguais. “As empresas Dialog Serviços e Projects Comunicação Multimídia e Tecnologia possuíam à época do certame os mesmos sócios e estavam no mesmo endereço, o que configuraria a infração prevista no art. 90 da Lei 8.666/93”, afirma a relatora do caso, Ana Arraes, ministra do tribunal.
Após a entrada de 41 concorrentes, 33 continuaram na disputa ao apresentar um lance. A Dialog, então, ficou em 27º lugar. No entanto, após um suposto erro de cálculo do pregoeiro, a empresa de Bené subiu para a 16ª colocação. Por fim, os responsáveis pela licitação determinaram uma convocação simultânea para que todos os concorrentes apresentassem documentos de habilitação pela internet – e deram como prazo uma hora e meia.
“Contribuiu para a desclassificação indevida de licitantes, que não conseguiram cumprir o exíguo prazo de 90 minutos para apresentação da documentação, em razão do congestionamento causado no sistema em função dessa solicitação”, disse Arraes.
Além das irregularidades citadas, o contrato também previa itens superfaturados, como copo de 50 ml com café a R$ 18, conforme o Hoje em Dia publicou nesta terça-feira (9). Mesmo com o cancelamento do pregão, a Dialog ainda realizaria os eventos da secretaria entre 2008 e 2010 através de outra manobra: três aditivos que prolongaram um contrato inicial de 5 meses, no valor de R$ 8 milhões, para 20 meses e R$ 16 milhões.
Primeira-dama é homenageada e provoca polêmica na PM
Em solenidade de comemoração do aniversário dos 240 anos da Polícia Militar, a primeira-dama Carolina de Oliveira Pimentel, presidente do Servas, foi uma das 237 pessoas agraciadas com a medalha Alferes Tiradentes.
O comandante-geral da PM, coronel Marco Antônio Badaró Bianchini, não quis polemizar sobre a entrega da medalha a Carolina. “A primeira dama é uma pessoa que é cara para a Polícia Militar, e nós respeitamos isso. Ela é muito querida pela instituição, e é por isso que ela está sendo agraciada com a medalha”, afirmou.
De acordo com Bianchini, a homenagem é concedida a pessoas que realmente contribuam com a segurança pública, com a Polícia Militar.
A homenagem teria incomodado alguns policiais, que divulgaram mensagem no WhatsApp, questionando a entrega da medalha a Carolina. Ao final do mês de maio, a Polícia Federal realizou buscas em um apartamento utilizado pela empresa dela, em Brasília.
A Operação Acrônimo investiga suposta relação de Carolina com o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené.
Comandante-geral da PM não quis polemizar sobre a entrega da medalha a Carolina Oliveira
(*) Com Bruno Moreno