Disputa no Judiciário

'Estão querendo tirar minha eleição no tapetão', lamenta Nely Aquino, se referindo a Álvaro Damião

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojeemdia.com.br
06/10/2022 às 20:31.
Atualizado em 06/10/2022 às 20:32
 (Ernandes/CMBH/Divulgação)

(Ernandes/CMBH/Divulgação)

A presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte e deputada federal eleita por Minas Gerais, Nely Aquino (Podemos), usou o microfone da Casa Legislativa nesta quinta-feira (6) para afirmar que tentaram tirar a candidatura dela à Câmara federal "no tapetão".

Nely disse que precisou acionar a Justiça Eleitoral nesta semana para garantir a votação dada ao candidato Carlos Alberto Pereira (Podemos) e manter sua eleição. Pereira, que havia sido considerado inelegível, concorreu amparado por uma liminar. Os 29 mil votos que ele recebeu ajudaram a compor a média de votação do Podemos e a eleição da presidente da Câmara de BH. No entanto, ele desistiu da candidatura, o que abriu brecha para questionamento da vitória de Nely.

O União Brasil, do qual faz parte o vereador Álvaro Damião, que se candidatou a deputado federal mas não teve votos suficientes, entrou com recursos no Tribunal Regional Eleitoral de Minas (TRE-MG) pedindo a anulação dos 29 mil votos recebidos por Pereira.

Se isso ocorresse, o Podemos perderia a média de votos e o União Brasil - e Álvaro Damião - se beneficiariam. O partido ficaria com a vaga de deputado federal e, Damião, que teve mais de 59 mil votos estaria como primeiro suplente.

“Colocar sub judice 66 mil pessoas que confiaram em mim e tentar vencer a eleição no tapetão, para mim é triste [...] Eu não estou chateada, preocupada, não estou surtando. Porque eu fiz o que tinha que fazer, tive voto. Eu sinto muito pelo nosso amigo Álvaro Damião, que acreditou que teria 100 mil a 150 mil votos. Se ele tivesse, ele estava eleito”, falou Nely Aquino no Plenário da Câmara Municipal.

A defesa da vereadora conseguiu no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE) uma decisão que a mantinha eleita, mas o União recorreu, e a decisão final será tomada pelo plenário do TRE, ainda sem data para acontecer.

Em conversa com a reportagem, o vereador Álvavaro Damião afirmou que ele e Nely são amigos e, por isso, não se trata de algo pessoal. “O problema não é do Álvaro Damião e Nely Aquino, é do União e do Podemos. A Nely entrou (no processo) porque é de interesse dela e eu entrei porque é de interesse meu. Mas a Nely não teve votação suficiente para ser eleita diretamente, assim como eu não tive. Nós dependemos da votação do partido, da soma proporcional. É só isso”.

Álvaro Damião deixou no ar ainda a possibilidade de não assumir a cadeira caso ganhe a vaga de deputado federal por Minas Gerais. “Não tem nada pessoal. Se o União Brasil ganhar e se eu quiser ser solidário à Nely e falar que não vou assumir,  a minha suplente Cleusa Lara vai assumir. Essa vaga não é minha, é do partido”.

A reportagem fez contato com a assessoria de Nely Aquino, que não quis se posicionar.

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