Investigado na operação "Lava Jato", o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci recebeu ao menos R$ 12 milhões de 30 empresas em 2010, quando coordenou a campanha que elegeu Dilma Rousseff presidente. Segundo reportagem da revista "Época", documentos da firma de consultoria do petista, a Projeto, revelam que seu enriquecimento coincidiu com o momento em que ele assumiu a coordenação da campanha de Dilma. A revista teve acesso a listagem das 30 empresas que teriam feito pagamentos a Palocci, parte de uma investigação sigilosa conduzida pelo Ministério Público Federal. Uma delas foi o grupo Pão de Açúcar, que pagou R$ 5,5 milhões a Palocci em 2010. O primeiro repasse, de R$ 1 milhão, foi feito pelo escritório do ex-ministro da Justiça no governo Lula, Márcio Thomaz Bastos, morto em 2014. Antes, o petista já havia recebido R$ 3,5 milhões. Foram, no total, 11 pagamentos sem contrato. O Pão de Açúcar disse que não iria se pronunciar. Segundo a reportagem, Palocci atuaria para ajudar na fusão da empresa com as Casas Bahia. No entanto, a consultoria Estáter, contratada pelo Pão de Açúcar para atuar no caso, informou que Palocci não teve participação no negócio. Ao Ministério Público, o Pão de Açúcar informou que "em função da relação de confiança desenvolvida" é comum que os "serviços de assessoria jurídica sejam contratados de modo mais informal", diz a revista. O Ministério Público investiga ainda pagamentos recebidos pelo ex-ministro do frigorífico JBS e da concessionária Caoa, que somaram R$ 6,5 milhões. Antonio Palocci deixou a Casa Civil em junho de 2011. Ele caiu do cargo após a Folha de S.Paulo mostrar que ele havia comprado um apartamento de R$ 6,6 milhões. O petista não explicou a origem do dinheiro. Disse apenas que provinha de consultorias.