(José Cruz)
LUZIÂNIA - Fortalecido com o apoio da presidente Dilma, Carlos Lupi foi reeleito nesta sexta-feira (22) para presidência nacional do PDT, cargo que ocupará por mais dois anos. Lupi está à frente da legenda desde 2004 quando assumiu o comando do PDT com a morte de Leonel Brizola. Na sexta-feira passada, Dilma substituiu Brizola Neto do Ministério do Trabalho para colocar Manoel Dias, ligado a Lupi. A decisão ajudou a isolar o grupo de Brizola Neto que ensaiou montar uma chapa para disputar a convenção desta sexta-feira. Ele, no entanto, não teve o apoio mínimo de 30% dos participantes do encontro o que o impediu de se candidatar.
Brizola Neto não participou do evento realizado na cidade de Luziânia (GO). Na véspera, ele ainda tentou cancelar a convenção com uma ação na Justiça, mas a juíza Mara Silda Nunes de Almeida, da 17ª. Vara Cível de Brasília, indeferiu o pedido.
O confronto com o grupo de Lupi culminou na retirada do nome de Brizola Neto da Executiva do PDT. Ele foi substituído na segunda vice-presidência por Miguelina Vecchio. Por outro lado, Manoel Dias deverá acumular o cargo de ministro com o de secretária-geral do partido, posto já ocupado por ele.
Após eleito, Lupi citou indiretamente no discurso as brigas internas. "Não podemos ser pequenos para brigar e deixar que ofensas pessoais e agressões sejam maiores que a história do nosso partido", afirmou. Lupi também fez críticas à imprensa. "Essa gente não irá perdoar a gente nunca. Lembro quando o Brizola morreu toda a mídia enterrou o PDT junto. Vão ter que aturar a gente muitos anos", afirmou.
Manifesto
No encontro, os senadores Pedro Taques (MT) e Cristovam Buarque (DF) e o deputado Reguffe (DF) apresentaram manifesto reivindicando independência em relação aos demais partidos "caminhando para a ocupação mais à esquerda dos demais". O texto também solicitava o limite de no máximo dois anos seguidos para qualquer dirigente.
Hoje o partido tem 4 senadores, 26 deputados federais e três prefeitos de capitais.
Faxina
Em dezembro de 2011, Carlos Lupi saiu do Ministério do Trabalho após denúncias de irregularidades. A crise contra o ministro começou após reportagem da revista "Veja" informar o envolvimento de servidores e ex-servidores do ministério em um esquema de cobrança de propinas que revertia recursos para o caixa do PDT. Após a reportagem, Lupi afastou um dos envolvidos e afirmou que só deixaria o governo "abatido por bala". A presidente não gostou das declarações e ele se retratou logo depois.