O PMDB paranaense está em novo conflito. Isso porque o diretório estadual do partido decidiu pela dissolução de 72 diretórios municipais por causa do fraco desempenho nas últimas eleições, incluindo o de Curitiba (PR) - presidido pelo senador Roberto Requião -, onde não conseguiu eleger prefeito, vice-prefeito ou 10% de vereadores para a Câmara Municipal. Segundo o ex-governador Orlando Pessuti, um dos líderes estaduais da legenda, a Executiva apenas cumpriu o que estava determinado no Estatuto. "Cumprimos uma resolução criada, inclusive, no período em que Requião e João Arruda comandavam o PMDB, que determina intervenção ou dissolução; isso é uma discussão antiga", argumenta.
Além dos 72 diretórios, outros 12 não elegeram 10% dos vereadores, mas tiveram uma análise diferenciada. "Foram cidades em que elegemos ao menos prefeitos ou vice-prefeitos, em Curitiba foi eleita apenas uma vereadora quando deveriam ser ao menos quatro", rebate.
Para o senador Roberto Requião, há uma tentativa de destruir o partido. "Agora a ousadia foi ao limite máximo. Os que tentaram destruir o PMDB na eleição apoiando candidatos de outros partidos por todo o Paraná propõem e conseguem na Executiva que dominam uma intervenção em cerca de 80 diretórios municipais do partido no Paraná", reclamou por meio de nota. Requião também ataca Pessuti, que foi companheiro de chapa há duas eleições.
"Nas últimas eleições trabalharam contra o partido. Apoiaram candidatos de outros partidos. Em Curitiba apoiaram o Luciano Ducci tendo, por exemplo, o Pessuti até lançado o seu filho como candidato a vereador pelo PSC do Ratinho. Não estavam com o partido, não estavam junto conosco".
Para dar continuidade ao processo, o deputado federal Osmar Serraglio, presidente estadual, deve comandar uma comissão que irá recomeçar o trabalho nas cidades atingidas pela medida. Com as formações de grupos provisórios, os novos diretórios serão formados após as eleições em cada cidade.
O partido também não se posicionou em relação às eleições de 2014. Um grupo (maioria) apoia a reeleição do governador tucano Beto Richa, outro é favorável a uma candidatura própria e outro está propenso a apoiar a chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT).
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