O diretor-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, e o presidente do Conselho de Administração da empresa, João Ricardo Auler, vão permanecer em silêncio no depoimento que irão prestar à Polícia Federal nesta quarta-feira (19), segundo o advogado dos executivos, Celso Vilardi.
Além dos dois funcionários da Camargo Corrêa, também depõem nesta quarta o vice-presidente da empresa, Eduardo Leite, e o lobista Fernando Baiano. Eles estão entre os 24 presos na sétima fase da Operação Lava Jato, chamada de "Juízo Final", que investiga um esquema de fraude em licitações na Petrobras.
"Após a Justiça permitir o acesso a todos os termos da investigação, eles vão colaborar. Mas agora vão ficar em silêncio. Eu preciso conhecer tudo antes de falar. A defesa não teve acesso à investigação", disse Vilardi. Os depoimentos de Auler e de Avancini começariam por volta das 11h.
Vilardi criticou a decisão do juiz federal Sergio Moro, que na terça-feira (18) estendeu a prisão de cinco executivos de empreiteiras e do ex-diretor da Petrobras Renato Duque para 30 dias. Eles tiveram a prisão temporária -de cinco dias, feita para instruir a ação penal- convertida em prisão preventiva.
"É uma prisão preventiva que eu jamais vi em 25 anos de profissão. Primeiro ele nega a preventiva. Quatro dias depois, sem nenhum elemento novo, decide pela preventiva", disse o advogado.
Dentre os 25 alvos da operação que tiveram prisão decretada na última sexta, apenas Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) está foragido. Treze pessoas continuam na sede da PF em Curitiba.