SÃO PAULO - O filósofo e professor da USP Vladimir Safatle se filiou ao PSOL. Ele disse não ter interesse em disputar as eleições de 2014, mas foi apontado como um potencial candidato ao governo de São Paulo no ano que vem. Segundo Safatle, que também é colunista da Folha de S.Paulo, "houve uma discussão" sobre essa possibilidade e seu nome chegou a ser mencionado em uma lista de pessoas do partido que poderiam disputar o cargo no próximo ano". "Só levantaram quem poderia ser candidato. Tudo isso é muito prematuro", afirmou.
Ele também negou a possibilidade de se candidatar a deputado. "Deus me livre! O que eu vou fazer lá na Câmara? Sou um professor de filosofia que adora o que faz". Safatle disse que conversa com o PSOL há aproximadamente um ano e que entrou no partido para "ajudar a ampliar o debate" e contribuir com formulação de programas para a sigla. "Há uma compreensão de que o ciclo do lulismo se esgotou e que é necessária a construção de novas alternativas para a esquerda. A pior coisa que pode acontecer é você tentar perpetuar uma política que acabou. O nível de proposição fica baixo. É importante que haja uma alternativa de esquerda que não tenha vergonha de dizer seu nome", disse. Em 2012, Safatle coordenou o programa de governo do então candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, na área da Cultura. Com a vitória do petista, especulou-se que ele poderia assumir a pasta, mas o ex-ministro Juca Ferreira acabou nomeado secretário. Safatle afirmou não ter se sentido preterido. "O que me deixou chateado foi o abandono do plano. Uma das ideias era a criação de dois grandes centros culturais na periferia, com escolas de arte, cinema, dança, teatro e literatura. Tiraram essas escolas e colocaram pistas de skate no lugar", disse. Ao divulgar a filiação de Safatle, o PSOL disse que a aproximação do filósofo com o partido ocorreu justamente durante a campanha de 2012, quando a sigla teve como candidato a prefeito o deputado estadual Carlos Giannazi.
O site do PSOL publicou uma foto do professor em um ato de apoio à candidatura do parlamentar. "Quando eu fui a esse ato, e isso está até gravado, falei que havia feito uma parte do programa de um outro candidato. Por isso, não cabia ali qualquer declaração de voto, mas disse que acreditava ser importante uma candidatura de esquerda, inclusive para forçar o PT a adotar posturas mais de esquerda", afirmou.