Fiscal cita construtora e mais cinco

Artur Rodrigues, Bruno Ribeiro, Diego Zanchetta e Fabio Leite
15/11/2013 às 09:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:10

Em novo depoimento, prestado ontem (14) no Ministério Público Estadual (MPE), o auditor Luis Alexandre Cardoso Magalhães envolveu mais uma construtora no esquema de pagamento de propina para a liberação de guias de quitação do Imposto sobre Serviços (ISS). A Tecnisa teria contribuído com o esquema entre 2007 e 2010. A empresa foi procurada no fim da tarde de ontem (14), mas sua assessoria não foi localizada.

"Já tinha a informação do envolvimento da construtora e, hoje, ele (Magalhães) confirmou. Fala que a Tecnisa era uma das que pagavam, principalmente o (fiscal) Amilcar (José Cançado Lemos, afastado do grupo). Mas, quando pedimos detalhes, ele disse que aquilo (a secretaria) era um balcão de negócios, e que ele não lembra dos detalhes, porque vivia fazendo negócios", disse o promotor Roberto Bodini, que lidera as investigações.

A Tecnisa se soma às incorporadoras Trisul, Tarjab, BKO, Alimonti e Brookfield, já citadas por Magalhães em seu primeiro depoimento, e que depois se converteu em delação premiada. Todas negam participação no esquema, exceto a Brookfield, que confirmou ter pago R$ 4,1 milhões aos fiscais.

"Ele deu também os contatos das construtoras com quem negociava", informou o promotor. A informação é importante para a investigação poder chegar aos executivos que possivelmente alimentavam o esquema de pagamento de propinas.

Magalhães revelou ainda os nomes de mais cinco auditores fiscais ligados ao esquema. Eles ainda trabalham na Prefeitura. Os nomes serão confrontados com uma lista de 42 suspeitos fornecida pela Prefeitura. "Ele não viu os fiscais recebendo (propina). Mas sabiam que eles recebiam", afirmou o promotor César Dario Mariano, que participa das investigações.

Miami

Magalhães também detalhou a participação de Amilcar Cançado Lemos no esquema. O Ministério Público Estadual apura se o fiscal tem imóveis em Miami, nos Estados Unidos, e se enviava dinheiro para fora do País. Na época, o dinheiro da propina era entregue na casa do auditor Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como líder do grupo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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