O maior foco do PSB, no momento, é fortalecer o partido na Câmara Federal, passando dos atuais 35 deputados federais para 50 em 2014. A estratégia visa aumentar o tempo de televisão do partido e o fundo partidário, dentro do projeto de candidatura própria do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
"O primordial para o PSB é criar todas as condições para que Eduardo Campos tome a decisão de ser candidato", resumiu o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, antes de entrar para uma reunião, nesta segunda-feira à noite, em um hotel no Recife, com o governador, que é presidente nacional do PSB, e representantes dos diretórios regionais de São Paulo, Minas Gerais, da Bahia, do Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Juntos, esses Estados representam 60% do eleitorado brasileiro.
Dentro da meta de "não deixar nenhuma posição desfavorável para Campos tomar a decisão", o PSB também pretende lançar 12 candidatos a governos estaduais, de acordo com o secretário-geral da legenda, Carlos Siqueira. Hoje o PSB tem seis governadores e a pretensão é eleger este mesmo número em 2014.
Segundo Albuquerque, no Rio Grande do Sul, seu Estado, não há, a princípio, intenção de lançamento de candidatura própria ao governo. "Mas serei candidato, se for necessário, para dar base à candidatura de Eduardo", assegurou ele. O partido comanda os governos estaduais de Pernambuco, do Ceará, da Paraíba, do Piauí, Amapá e Espírito Santo e deve disputar também em Goiás, no Distrito Federal, em Roraima, na Bahia e no Rio Grande do Norte.
Cinco de outubro é o prazo para filiações. "Temos menos de dois meses para cumprir esta missão", observou o presidente do PSB-MG, Julio Delgado, que pretende formar diretórios regionais em todos os 853 municípios mineiros. Atualmente, a legenda está presente em 605 deles.
CAMPOS
Campos considerou o encontro como "uma reunião ordinária" para ouvir sobre a evolução da construção partidária tendo em vista os prazos legais. " Vamos ouvir os seis maiores Estados, ver como está a chapa para deputado federal, estadual, se o partido já tem candidatura própria majoritária".
"Vamos ouvir de seis em seis", informou." Começamos com estes seis por razões óbvias, são os mais importantes na obtenção do que queremos que é o crescimento qualidade do partido".
Sobre uma entrega dos cargos federais, reafirmou que o assunto não cabe à executiva nacional neste instante.
BOX:
BETO ALBUQUERQUE: Brasil não pode brincar com a crise
RECIFE - O líder do PSB na Câmara de Deputados, Beto Albuquerque (RS), alertou ontem (19) para o perigo de o governo federal "brincar com a crise, com a inflação, com as contas públicas, podendo por a perder muitas conquistas que levaram 40 milhões de pessoas à classe média".
Ele disse que o PSB está elaborando um documento a ser entregue à presidente Dilma, expondo as preocupações da legenda e "as propostas para que o Brasil não brinque com a crise".
"Acho que o Brasil está correndo atrás da inflação ou fazendo de conta que não está vendo", disse ele. "Acho que isso não é um clima bom". Ele disse que o PSB não é partido do quanto pior melhor, mas defende a necessidade de algumas decisões sobre a condução da economia. "Se o governo não quer enxergar isso e achar que está tudo bem isto pode custar caro para o País".
Albuquerque defende a candidatura de Eduardo Campos "para ganhar eleição e conduzir um novo ciclo político e econômico". Para ele, o atual ciclo político e econômico está se acabando no Brasil. "Não adianta nadar contra a maré e não conhecer a verdade. A sociedade brasileira está atrás de uma ideia para um novo ciclo econômico e podemos ser porta-voz dessa ideia na pessoa de Eduardo, um governador bem sucedido, organizado e comprometido com as principais causas que a sociedade brasileira : segurança. Saúde e educação".
(final)
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