HERANÇA

Gabriel Azevedo vira apoio cobiçado após 4º lugar na eleição e 133 mil votos

Eleitorado do candidato do MDB terá peso decisivo no segundo turno, dizem especialistas

Ana Paula Lima
apaula@hojeemdia.com.br
07/10/2024 às 23:07.
Atualizado em 07/10/2024 às 23:12
Gabriel Azevedo com vice, Paulo Brant: chapa conquistou 10,55% dos votos válidos em BH (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Gabriel Azevedo com vice, Paulo Brant: chapa conquistou 10,55% dos votos válidos em BH (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Quarto nome mais votado na corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Gabriel Azevedo (MDB) poderá ser o apoio mais cobiçado no segundo turno por Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD). Com 133 mil votos, o vereador e presidente da Câmara Municipal atingiu dois dígitos na preferência do eleitorado e está fora das alianças consideradas “óbvias”, motivadas por afinidades ideológicas. Passado o turbilhão da votação no último domingo (6), os concorrentes fora da disputa devem formalizar, a partir desta terça-feira (8), com quem vão ficar em 27 de outubro. Juntos, eles somaram 495 mil votos.

“Gabriel vai ser muito disputado pelos dois lados. Se Bruno (Engler) tiver o apoio do Republicanos e depois o do Gabriel, não vejo como perder (a eleição)”, analisa o cientista político Márcio Coimbra, presidente do Instituto Monitor da Democracia.

Para o especialista - que dá como certa a aliança do partido de Mauro Tramonte com o candidato do PL e acredita numa transferência de mais de 90% dos votos para Engler -, para Fuad ter chance de vitória, precisará de Gabriel. “Que terá peso de ouro”, completa, pois matematicamente só a esperada adesão de Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT) à campanha não garantiriam a vantagem necessária para a reeleição.

O cientista político Malco Camargos também vê o apoio de Gabriel como essencial no segundo turno para os dois candidatos. Mas como aposta num racha dos eleitores de Tramonte, e não na migração em massa para um só nome, acredita que tanto Engler quanto Fuad têm chances de vencer. Nessa leitura, a capacidade do atual prefeito de articular apoios pode ser um diferencial, diz o professor da PUC Minas.

Incógnita

O “x” da questão é saber se Gabriel, que no Legislativo travou inúmeros embates com o prefeito, e na campanha não poupou críticas a Engler, vai se posicionar. Até a noite desta segunda (7), o retorno oficial era o de que ele não iria se manifestar por enquanto, a não ser por meio do vídeo divulgado nas redes sociais no domingo (6). No filme, ele não crava se vai apoiar alguém. Além disso, também precisará ver o posicionamento do próprio partido, o MDB, e decidir se vai segui-lo ou assumir uma postura independente.

Para Coimbra, não se posicionar pode não ser a melhor estratégia. “No cenário brasileiro, o eleitor não valoriza quem não tem lado”, avalia. O cientista político também diz que o eleitorado não estranharia uma aliança entre políticos que na semana anterior eram rivais, pois já entende que isso é “parte do jogo”.

Apoios dos outros candidatos       

Principal nome da esquerda, Rogério Correia (PT) vai anunciar a quem apoiará nesta terça-feira (8), em coletiva de imprensa, mas no próprio domingo sinalizou o caminho a seguir.  “É evidente  que não vamos apoiar a extrema direita. Em relação ao Fuad, vamos avaliar, discutir. A cidade precisa melhorar muito”, disse o deputado federal, que obteve 55 mil votos (4,37%).

Também no domingo, Duda Salabert (PDT) agradeceu aos eleitores nas redes sociais e disse que “agora a tarefa é vencer a ultra direita no segundo turno” – afirmação que, de acordo com a assessoria de imprensa da deputada, já é uma declaração de voto a Fuad. Por enquanto, não há previsão de nova manifestação da parlamentar sobre o assunto ou se irá, por exemplo, participar de atos de campanha com o prefeito. Duda ficou em quinto lugar no pleito, com 97 mil votos (7,68%).

Mauro Tramonte, que recebeu 15,15% dos votos válidos em BH, não se manifestou. As executivas estadual e municipal do partido dele, o Republicanos, estarão reunidas com a direção nacional nesta terça (8), em Brasília, para decidir o apoio para o segundo turno em BH.

Procurados por telefone e via assessoria, Wanderson Rocha (PSTU) e Indira Xavier (UP), que receberam 2.462 (0,19%) e 667 (0,05%) votos, respectivamente, não foram encontrados. Já Lourdes Francisco (PCO) irá seguir a determinação do diretório nacional do partido, válida para todos os municípios, de anular o voto no segundo turno, informou a assessoria. Ela teve 231 votos (0,02%).

Segundo a assessoria de Carlos Viana (Podemos), o candidato irá se manifestar sobre um eventual apoio no segundo turno por meio de um vídeo que ainda será publicado nas redes sociais. O senador licenciado obteve 12.712 votos (1%).

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