Em breve reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), pediu que os manifestantes que estão acampados em frente ao Congresso Nacional sejam retirados. O governador teme confronto grave entre os grupos que pedem o impeachment de Dilma Rousseff e aqueles que defendem a presidente.
"Até aqui, nós deixávamos os manifestantes acampados na área em respeito à liberdade de expressão e manifestação. Com os incidentes ocorridos, entendemos que há um risco iminente de um confronto, com consequências mais graves", afirmou Rollemberg.
Nesta quarta-feira (18), uma briga entre os acampados e os manifestantes da Marcha Nacional das Mulheres Negras terminou em disparos de arma de fogo e duas pessoas detidas. Parlamentares também foram atingidos por gás de pimenta usado para conter os manifestantes. Na semana anterior, um policial militar reformado, que integra o grupo que pede uma intervenção militar, foi preso com uma arma.
Para se chegar a uma decisão definitiva sobre a retirada dos acampamentos, entretanto, é necessário um acordo conjunto entre o governo de Brasília e o Congresso Nacional. O gramado da Esplanada dos ministérios é cortado por uma alameda de bandeiras estaduais. De acordo com o governador Rollemberg, a área da alameda até o palácio do Congresso Nacional é de responsabilidade do legislativo federal, enquanto o governo de Brasília responde pelo restante do gramado. No momento, existem acampamentos em ambas as áreas.
"O entendimento do setor de segurança do governo é que a retirada deve ser feita conjuntamente. Não adianta o governo de Brasília retirar uma parte dos manifestantes se os demais acampamentos não forem retirados", justificou o governador.
Renan já afirmou que é contrário aos acampamentos montados em frente ao Congresso. Mas a ação foi autorizada há mais de um mês pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sem diálogo com o presidente do Senado.
Renan Calheiros e o governador Rollemberg voltam a se reunir nesta tarde, desta vez em companhia de Eduardo Cunha, para tentar um acordo comum. Cunha confirmou a reunião, mas não afirmou se será favorável à retirada dos acampamentos.