(Roosevelt Pinheiro/Agência Brasil)
BRASÍLIA - PT e PMDB irão defender que a CPI do Cachoeira tenha os trabalhos prorrogados até o dia 22 de dezembro, quando se encerra o ano legislativo.
Pelo prazo oficial, a CPI seria encerrado no próximo domingo. A nova data, no entanto, não significa ampliar as investigações sobre o esquema comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em reunião nesta terça-feira (30), os dois partidos decidiram defender, em encontro que terão com todas as siglas que participam da CPI no fim do dia, que o relatório final seria apreciado em 20 dias.
O PT chegou a defender que a CPI investigasse nesse período as relações de jornalistas com o esquema de Cachoeira. "Se convocamos governadores, prefeito, deputados, porque razão não ouvir jornalistas", afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP).
O PMDB, porém, foi contra por entender que se abrir brecha para votação de requerimento convocando jornalistas a depor, a CPI perderá o controle.
Os partidos governistas não querem aprovar a quebra de sigilo de mais empresas ligadas ao esquema que poderiam revelar conexões de Cachoeira em São Paulo e com outras empreiteiras.
Em cinco meses de investigação, a CPI não avançou sobre o que se propôs a investigar: políticos que teriam recebido dinheiro do esquema Cachoeira.
A Polícia Federal descobriu que Cachoeira usou a empreiteira Delta, que tem contratos milionários com diversos governos, para desviar dinheiro por meio de empresas fantasmas, mas não avançou no caminho do dinheiro.
A oposição vai insistir na reunião de mais tarde que a CPI seja prorrogada por mais 180 dias.