Governo de PE estima participação maciça em funeral de Campos

Estadão Conteúdo
14/08/2014 às 13:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:47
 (FERNANDO GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO)

(FERNANDO GOMES/ESTADÃO CONTEÚDO)

Depois de nove anos da morte do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, o cerimonial do Palácio Campos das Princesas estima que o funeral de Eduardo Campos paralise Recife. Campos, neto de Miguel Arraes e que era o candidato do PSB à Presidência da República, morreu nesta quarta-feira (13), em acidente aéreo em Santos, no litoral paulista.

No funeral de Arraes, 80 mil pessoas se aglomeraram no centro da capital pernambucana para acompanhar o velório e o cortejo do corpo até o cemitério Santo Antônio.

Pelos cálculos da Casa Militar do governo pernambucano, a comoção provocada pela morte trágica de Campos deve fazer com que o velório do neto supere o do avô em número de pessoas nas ruas.

Na manhã desta quinta-feira (14), as imediações do Palácio Campos das Princesas já foram isoladas e alguns populares começam a se aglomerar na praça em frente à sede do governo estadual.

Grades foram instaladas e assim que forem liberados os corpos, três toldos serão instalados na calçada do Palácio onde ficarão expostos os caixões de Campos, de seu assessor de imprensa Carlos Percol e do fotógrafo Alexandre Severo. O governo conta com a possibilidade de a cerimônia ser realizada sábado ou domingo.

O volume de pernambucanos se despedindo de Campos deve superar o de Arraes, considerado até então o de maior comoção popular do Estado. Há informações de que caravanas estão sendo organizadas no interior do Estado para acompanhar o funeral no Recife, além da presença de autoridades de todo o País. No evento de transmissão do cargo, em 4 de abril, Campos reuniu 15 mil pessoas diante do Palácio.

A família de Campos pediu que o velório não fosse realizado dentro do prédio do governo e que o evento fosse aberto ao público, uma vez que não há estrutura no interior do prédio de 1841 para comportar fluxos intensos de pessoas.

As famílias pediram que o velório de Campos, Percol e Severo fosse simples e em conjunto. Segundo o governo local, foi oferecido um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para o traslado dos corpos. Após o velório, os corpos seguirão em um carro do Corpo de Bombeiros até o cemitério, que fica próximo do Palácio. A população poderá seguir o cortejo à pé.

Admiradores se aglomeram

Mesmo sem a definição sobre o início do velório, dezenas de eleitores e simpatizantes do ex-governador de Pernambuco se aglomeram desde as primeiras horas do dia em frente ao Palácio Campo das Princesas, sede do governo estadual. O clima é de choque com a tragédia que tirou a vida do jovem político de 49 anos.

Parte das pessoas que se concentram nas imediações do Palácio são de admiradores do ex-governador e avô de Campos, Miguel Arraes. "Trabalhei com o avô dele. Eduardo era uma pessoa simples, considero quase como da família", disse o aposentado João Romão, de 66 anos, que chegou às 6 horas desta manhã e segue à espera de informações sobre o início do velório de Campos.

"Ele foi um ótimo governador. Gosto dele, ele é gente boa", afirmou o aposentado Marcelo Mello dos Santos, de 49 anos, que também esteve na cerimônia de desincompatibilização de Campos do cargo de governador de Pernambuco, em abril passado.

Os admiradores de Campos falam do inconformismo e da dor da perda do político que aprenderam a respeitar nos últimos anos. "É muita tristeza. Estou chocada. Ele foi um bom governador para todos", declarou a aposentada Darcy Ferreira, de 58 anos, que chegou cedo à sede do governo estadual acompanhada do marido, o também aposentado Luiz João Santana, de 67 anos.

Cosme Eugênio da Cruz, de 76 anos, veio de Bom Jardim, no interior do Estado, e dormiu na praça em frente ao Palácio. "Faço questão de ver o velório", disse o eleitor de Campos e antigo admirador de Miguel Arraes, de quem tem um retrato em sua casa. "Arraes era para mim como um pai. Ele deu liberdade ao povo do campo", comentou. Para Cosme, Campos foi o maior governador que o Estado já teve e se destacou por ter criado escolas técnicas em sua gestão. "O neto (de Arraes) trabalhou demais. Até os últimos dias", definiu. 

 
 

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