Governo pede à CUT que adie ou cancele manifestação do dia 13

Agência Estado
10/03/2015 às 21:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:18

Para evitar que os ânimos fossem acirrados para os protestos marcados para o dia 15 de março, o governo pediu à Central Única dos Trabalhadores (CUT) que adiasse ou cancelasse a manifestação marcada para a próxima sexta-feira (13), em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras e da reforma política. A ideia de pedir que o ato não fosse realizado foi encampado pela própria presidente Dilma Rousseff e vários ministros do governo, que defenderam que emissários procurassem a central sindical para conversar, mas não obtiveram sucesso. A CUT avisou que o protesto está mantido.

A Secretaria-Geral da Presidência, encarregada de entendimento com os movimentos sociais, negou que tivesse feito tal pedido à CUT. O governo quer evitar que haja comparação entre o numero de presentes no ato que em ultima instância é pro governo com um contra o governo, que seria péssimo para o Planalto.

Nesta terça-feira (10), o Palácio do Planalto foi surpreendido, mais uma vez, com o protesto seguido de vaias contra a presidente Dilma Rousseff, nesta terça-feira, ao visitar os estandes da 21ª Edição do Salão Internacional da Construção, em São Paulo. Para evitar novas surpresas a Secretaria Geral da Presidência, encarregada de entendimento com movimentos sociais e de monitorar possíveis problemas como estes possam ocorrer em visitas presidenciais, vai intensificar as buscas em redes sociais e procura de focos de insatisfação para que se possa fazer previsões mais realistas. Embora a presidente Dilma sempre reitere que manifestações pacíficas são da regra democrática, ela ficou muito incomodada de ter sido submetida àquele constrangimento, considerado desnecessário.

Em tempos de revolta da população e de popularidade em queda a presidente Dilma foi avisada que, daqui para a frente os protestos serão permanentes. Já foram detectadas movimentações para a sua viagem nesta quarta-feira (11), a Rio Branco, no Acre, na quinta-feira, 12, no Rio de Janeiro e na sexta-feira, 13, em Belo Horizonte. No Acre, onde a presidente visita áreas afetadas pelas chuvas, entregará quase mil casas do Minha Casa Minha Vida e conversará com lideranças locais no aeroporto, já foi detectado, neste último local, um movimento "Fora Dilma" bastante expressivo. O governo, primeiro vai tentar conversas com lideranças para evitar o confronto, além de deixar a segurança mais atenta para não deixa-la em nova situação constrangedora.

Nesta terça-feira, em São Paulo, a presidente foi informada ao chegar ao local da cerimônia que teria de mudar o local a ser percorrido por causa de uns manifestantes que teriam aparecido de "ultima hora, embora o local fosse considerado "blindado". No entanto, durante o percurso alternativo, uma das expositoras chamou a presidente Dilma e a conduziu ao seu stand, justamente onde havia manifestantes reunidos. "Errou a segurança e errou a Secretaria Geral", disse um interlocutor da presidente, ao relatar o ocorrido e a insatisfação da presidente com o caso. Este interlocutor reconhece, no entanto, que há dificuldade de se detectar este novo movimento contrario porque, até então, os chamados eram para selfies e hoje são para vaias e protestos.
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