Governos disputam paternidade da pimeira fábrica de insulina do Brasil, em Nova Lima

Ana Flávia Gussen - Hoje em Dia
13/04/2013 às 08:26.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:47

A instalação da primeira fábrica de insulina do Brasil em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), deflagrou uma verdadeira briga entre o governo federal e o governo de Minas pela paternidade do projeto. Na sexta-feira (12) o secretário executivo do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães (PT), anunciou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será o principal acionista do empreendimento, que deve custar em torno de R$ 450 milhões.

Porém, em outubro do ano passado, o governador Antonio Anastasia (PSDB) assinou um protocolo de intenções para a construção da fábrica em Nova Lima, que conta com investimentos da ordem de R$ 56 milhões do Banco do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Tanto o governo federal quanto o governo de Minas deixaram de citar a “parceria” no projeto. Ao contrário, Magalhães aproveitou o anúncio, que será oficializado pela presidente Dilma Rousseff (PT), na próxima terça-feira em evento na capital, para atacar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“Foi um governo que infelizmente não fez bem à saúde. Há 15 anos a Biobrás (fábrica de insulina no Norte de Minas) foi destruída em uma ação de dumping (empresas baixam os preços dos produtos exportados para quebrar as concorrentes nacionais) com a concordância de FHC”, disparou o petista.


A fábrica

De acordo com Magalhães, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a empresa ucraniana de capital aberto Indar – um dos três produtores de insulina do mundo – se associaram para a transferência de tecnologia.
 
A Fiocruz também estabeleceu uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) junto à brasileira Biomm, laboratório que também foi anunciado pelo governo de Minas no ano passado.

“Esse anúncio é o mais importante da saúde pública brasileira dos últimos anos. Em três anos, a fábrica terá produção plena e vamos economizar cerca de R$ 50 milhões por ano, 50% dos gastos com importação de insulina”. De acordo com Magalhães, todo o país será abastecido com a produção da fábrica e o problema da falta do produto no mercado será resolvido.

Procurado, o governo de Minas confirmou a assinatura do protocolo com a Biomm, no qual o BDMG participa como acionista. O Hoje em Dia procurou a Biomm, mas a assessoria não retornou os pedidos de entrevista.

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