(Maurício Vieira/Hoje em Dia)
A defesa do senador Aécio Neves (PSDB) afirmou que a Operação Ross, deflagrada na manhã desta terça-feira (11) pela Polícia Federal (PF), tem como base as delações de executivos da JBS "que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na Justiça Eleitoral, em algo ilícito".
"A correta e isenta investigação vai apontar a verdade e a legalidade das doações feitas", complementa o advogado Alberto Zacharias Toron. De acordo com Toron, o senador tucano sempre esteve à disposição para "prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados".
Na manhã desta terça, cerca de 200 agentes federais cumpriram 24 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a aliados de Aécio Neves. Além do senador mineiro, que teve as residências em Belo Horizonte e Rio de Janeiro vasculhadas, imóveis da irmã dele, Andrea Neves, também foram alvos da Justiça.
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, deputado federal e presidente nacional do partido Solidariedade, também está na mira da PF.
Corrupção
De acordo com a PF, Aécio Neves teria comprado apoio político do Solidariedade, por R$ 15 milhões, e empresários paulistas ajudaram com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias. Os valores investigados ultrapassam R$ 100 milhões. "As vantagens teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos que teria efetuado o pagamento, inclusive para fins da campanha presidencial de 2014", informou a PF por nota.
Nome
A ação desta terça-feira é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. O nome da Operação Ross é referência ao explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo, na Antártida, fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sendo investigadas.
Íntegra da nota da defesa de Aécio Neves
O Senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados.
O inquérito policial baseia-se nas delações de executivos da JBS que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na justiça eleitoral, em algo ilícito para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração. A correta e isenta investigação vai apontar a verdade é a legalidade das doações feitas.
Alberto Zacharias ToronAdvogado
Leia mais:
Marqueteiro de Aécio é ouvido após ter documentos e arquivos recolhidos pela PF
Irmã de Aécio Neves deixa sede da PF em BH após prestar esclarecimentos
PF faz buscas em imóveis de Aécio Neves e da irmã dele em Minas e no Rio
Alvo da PF, Paulinho da Força diz que apoiava Aécio Neves desde 2013