(Antônio Melo/AGP)
Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que três delatores da Odebrecht, entre eles o herdeiro da empreiteira, Marcelo Odebrecht, prestem novos depoimentos, para que esclareçam a atuação da empresa no âmbito de um inquérito sobre irregularidades nas obras da usina de Angra 3. O pedido foi feito ao ministro Edson Fachin, relator no STF dos processos da Operação "Lava Jato".
O inquérito investiga os senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), além do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Raimundo Carreiro.
A investigação tem como fundamento a delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, que teria relatado pagamentos mensais ao advogado Tiago Cedraz em troca de influência e informações sobre o TCU.
Pessoa disse ainda ter negociado pagamento de R$ 1 milhão com o advogado para liberação, pelo tribunal de contas, das obras da usina de Angra 3 - que teve a UTC entre as empreiteiras que formavam consórcio contratado para execução do projeto.
O procurador-geral da República também se posicionou favorável à prorrogação das investigações por trinta dias.
"O procurador-geral da República manifesta-se favoravelmente à concessão do prazo, entretanto, as investigações já se alongam em demasia, sendo necessário ultimar a coleta de provas nesses autos", escreveu Janot, em despacho assinado na última segunda-feira, 27.
Leia mais:
Odebrecht diz que Temer pediu 'apoio' para Skaf
Fachin atende parecer da PGR e prorroga investigação de Dilma e Lula
Equador busca fazer acordo com Odebrecht para receber indenização