Ao ser empossado governador de Pernambuco, na tarde desta sexta-feira, 4, na Assembleia Legislativa, o vice-governador João Lyra Neto, colocou panos quentes no estranhamento que se instalou na sua relação com o governador Eduardo Campos desde a escolha do secretário de Fazenda, Paulo Câmara, como candidato à sucessão estadual. Lyra pleiteava a indicação e não escondeu, desde então, sua insatisfação.
No discurso, elogiou seguidas vezes o governador e sua gestão e frisou: "meu encontro político com Eduardo Campos nada tem de passageiro; é firmado a partir de raízes profundas". Estas raízes foram criadas por seu pai João Lyra Filho e pelo avô de Campos, o ex-governador Miguel Arraes, em 1959, quando ambos se uniram para criar uma frente popular para disputar as prefeituras do Recife (Arraes) e de Caruaru (terra da família Lyra).
O novo governador fez homenagens ao irmão, o ex-ministro Fernando Lyra, e aos políticos que se uniram pela redemocratização do País. E disse que seus compromissos no governo de nove meses que tem pela frente serão: levar o Porto Digital - centro de tecnologia e inovação - para o interior do Estado, trabalhar pela microempresa e buscar soluções para o semiárido.
"O governador Eduardo Campos demonstrou durante esses sete anos de governo sua capacidade de comando, sensibilidade social e perfil inovador", afirmou. "Chego com a vontade de ir além. Com os olhos voltados para o futuro".
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