O candidato do PT à Prefeitura de Osasco, deputado João Paulo Cunha, réu no processo do mensalão, reuniu-se com alguns de seus principais aliados nos últimos dois dias e decidiu que, neste momento, não desistirá da disputa. Embora trabalhe com a possibilidade de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, João Paulo avalia que não se beneficiaria com a renúncia.
Ontem, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou não haver um plano B para a sucessão em Osasco porque o partido acredita que o deputado será inocentado pelo Supremo. Apesar da demonstração de confiança, a direção petista pretende conversar hoje com o candidato para saber de suas intenções.
João Paulo participou de encontros com deputados federais do PT paulista, em Brasília, na terça-feira (22). No encontro, foi feito um balanço sobre a situação jurídica do parlamentar, acusado de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
O deputado e os colegas de bancada avaliaram que, no caso de condenação, a depender das penas, certos crimes, como o de peculato, poderiam estar prescritos. Além disso, João Paulo e seus advogados analisam a hipótese de apresentar recurso ao próprio STF caso ele não seja inocentado, o que adiaria a questão para o ano que vem e lhe daria tempo para disputar a eleição e trabalhar na sua defesa.
"Eu e vários deputados fomos perguntar o que ele está pensando em relação à eleição dele. Não tem esse negócio de retirar a candidatura", revelou o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um dos que conversaram com o candidato. "Eu imaginava que ele pudesse estar abatido, mas ele não perdeu a esperança de que será absolvido e de que será o candidato a prefeito de Osasco."
Ontem, o revisor do processo do mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, começou a ler seu voto, mas não chegou na parte sobre João Paulo. O relator Joaquim Barbosa já votou pela condenação pelos três crimes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
http://www.estadao.com.br