Trabalhar em conjunto com veículos de diferentes países é a estratégia do jornalista americano Glenn Greenwald para ampliar o impacto da divulgação dos documentos sobre o sistema de espionagem dos Estados Unidos entregues a ele pelo ex-técnico da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) Edward Snowden. O mais recente reflexo dessa orientação foi a publicação ontem, 21, de informações sobre a atuação da NSA na França, fruto de colaboração de Greenwald com o jornal Le Monde.
"Muitas outras reportagens virão", afirmou o jornalista em videoconferência realizada ontem durante a Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Denver, nos Estados Unidos.
Greenwald lembrou que a tática já havia sido utilizada no Brasil, quando ele se associou à TV Globo para divulgar os documentos que revelavam o monitoramento de comunicações da presidente Dilma Rousseff pela NSA. "A estratégia é publicar as informações onde elas tenham mais impacto."
Falando do Rio de Janeiro, o jornalista americano disse que os documentos em seu poder revelam uma ação indiscriminada da NSA na coleta de dados em todo o mundo. Entre os documentos que ele ainda deve divulgar estão os que mostram a atuação da agência em países da América Latina, como Argentina, Venezuela, Colômbia e Paraguai.
Em sua avaliação, é necessário combater a tendência recente de criminalizar o jornalismo, que se manifestou em seu próprio caso e na ofensiva do governo Barack Obama de iniciar mais processos contra fontes oficiais que vazam informações do que todas as administrações anteriores dos Estados Unidos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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