Julgamento terá contradições se passar por "pente fino", diz revisor

Folhapress
15/10/2012 às 19:25.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:15
 (José Cruz/ABR)

(José Cruz/ABR)

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, revisor do mensalão, reagiu nesta segunda-feira (15) a uma cobrança de coerência em seu voto feita pelo relator, Joaquim Barbosa, e disse que se houver um "pente fino" em todo o julgamento serão encontradas "algumas contradições". A discussão começou depois que Lewandowski absolveu o publicitário Duda Mendonça e sua sócia Zilmar Fernandes das acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, mas condenou Marcos Valério, Simone Vasconcelos e Ramon Hollerbach por evasão de divisas.

"Para ser justo e coerente Vossa Excelência deveria absolver Marcos Valério e equipe. Não há nos autos que eles tenham feito outras operações de evasão senão estas (para pagar Duda Mendonça). O que motivou Marcos Valério, Banco Rural, sócios a promoverem essas operações ilícitas e ocultas foi o pagamento desses débitos. Então, se formos absolver os beneficiários, temos que absolver quem pagou",disse.

Visivelmente incomodado, Lewandowski rebateu dizendo que era "inaceitável" ser cobrado por "coerência" no plenário. "Cobrar coerência dos colegas é inaceitável numa Corte Superior. Se formos apontar incoerências, vamos encontrar muitas. Se passarmos pente fino nos votos, vamos encontrar algumas contradições." Na análise da parte do processo que tratava da compra de apoio político no Congresso, nos primeiros anos do governo Lula, o revisor foi cobrado por Gilmar Mendes e Celso de Mello também pelo que consideraram contradições em seu voto.

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