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O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) foi escolhido e aceitou ser o relator do processo de cassação do mandato do primeiro-vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. Vargas pediu licença do mandato por 60 dias para se defender das acusações de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
O parlamentar mineiro integra o Conselho de Ética há algumas legislaturas. No conselho foi relator do processo que levou à cassação do mandato do ex-ministro e ex-deputado José Dirceu, no final de 2005. Delgado informou que, na próxima semana, apresentará parecer preliminar pela admissibilidade da representação levada ao Conselho de Ética por três partidos: PSDB, DEM e PPS. Segundo ele, há provas suficientes para dar prosseguimento ao processo.
Delgado disse que cumprirá o prazo de 90 dias que o conselho tem para apreciar o processo. “Três meses é um prazo bastante suficiente porque, no caso em questão, temos muita prova pública e notória. A cada dia surgem novos fatos na relação de André Vargas com o doleiro”. De acordo com o relator, o caso de Vargas é similar ao do ex-senador Demóstenes Torres, cassado pelo Senado pela relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O relator pretende apresentar até maio ao conselho o parecer final, para que seja votado pelo colegiado e pelo plenário da Câmara antes do início da Copa do Mundo, em junho. Delgado não descarta o uso de todos os instrumentos protelatórios por aliados de Vargas para retardar a tramitação do processo, mas disse que fará de tudo para concluir seu trabalho antes dos 90 dias a que tem direito.