A Justiça Federal autorizou, nesta quinta-feira (15), a internação do vice-presidente da Mendes Junior, Sérgio Cunha Mendes, preso em Curitiba acusado de participar do esquema de corrupção na Petrobras, por tempo indeterminado. O executivo foi levado ao hospital na tarde de quarta-feira (14), com uma crise de cálculo renal.
A juíza federal Gabriel Hardt determinou que seja apresentado, na próxima segunda-feira (19), um relatório completo do acompanhamento médico. No documento, deverá ser indicado ainda, 'na medida do possível, o prognóstico para alta hospitalar, informando acerca da possibilidade, por questões médicas, para remoção do custodiado ao Complexo Médico Penal do Estado para finalização do tratamento, considerando os custos gerados aos cofres públicos pela escolta em hospital particular'.
Na decisão, a juíza autorizou também que a mulher de Cunha Mendes permaneça na companhia dele durante o período de internação, 'excepcionalmente e por questões humanitárias', sob crivo e controle da Polícia Federal. A visita dos defensores e outros parentes do custodiado também foi permitida.
"Fica proibido o uso por Sérgio Cunha Mendes de aparelhos de telefone ou de outros meios de comunicação como internet. Por este motivo, poderá a escolta restringir, dentro do quarto em que se encontra o custodiado, o uso de aparelhos pela esposa, defensores e parentes", alertou a juíza.
Segundo o delegado da PF Igor Romário de Paula, Cunha Mendes foi removido emergencialmente pela equipe do SAMU para o Hospital Santa C nesta capital, onde teria sido diagnosticada uma calcificação em um dos rins. Informou ainda que a equipe médica estaria elaborando laudo para que a defesa pudesse solicitar autorização para internação do custodiado, e que a polícia Federal o estaria acompanhando no estabelecimento hospitalar.
O executivo foi internado no hospital particular Santa Cruz, em Curitiba, por volta das 17 horas de ontem. O local é o mesmo que tem atendido outros presos pela Operação Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef.
Sérgio Mendes foi preso na sétima fase da operação "Lava Jato", batizada de Juízo Final, com outros empreiteiros. Na ocasião, se recusou a viajar de Brasília (onde mora) para Curitiba em avião da PF e se entregou de jatinho particular.
Da empresa Mendes Junior, a PF indiciou também Angelo Alves Mendes, Flávio Sá Motta Pinheiro e Rogério Cunha de Oliveira. A acusação é que as empreiteiras eram contratadas pela Petrobras mediante pagamento de propina para partidos políticos e dirigentes da estatal.
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