(Antônio Cruz)
O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações derivadas da operação "Lava Jato", acatou denúncia do Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro contra o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e determinou o sequestro de um apartamento no Rio de Janeiro que seria dele. Cerveró passou imóveis para parentes com medo de ter bens bloqueados.
De acordo com as investigações, Cerveró teria constituído no Uruguai, com ajuda do empresário local Oscar Algorta, também denunciado pelo MPF, a empresa offshore Jolmey, além de uma subsidiária dela no Brasil, por meio da qual teria comprado o imóvel, avaliado em R$ 7,5 milhões. O ex-diretor, então, teria simulado um contrato de aluguel do apartamento por valores abaixo do preço de mercado para justificar a ocupação do bem.
Moro afirmou, na decisão, que, em janeiro deste ano, ao decretar a prisão preventiva do ex-diretor, já havia "consignado a presença de elementos que apontavam a aparente inconsistência da versão dos fatos apresentada por Nestor Cerveró para justificar a ocupação do imóvel."
Na terça, o Ministério Público Federal também ofereceu denúncia por lavagem de dinheiro contra Fernando Soares, apontado como operador do PMDB no esquema de desvios da Petrobras, e contra os três citados por formação de quadrilha.
No documento desta quarta, 25, Moro recebeu a denúncia contra Cerveró e Algorta por crime de lavagem de dinheiro, mas orientou o MPF a oferecer denúncia separada no caso de imputação por associação criminosa, já que ela não tem relação direta com a primeira e não se refere a Soares.
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