O atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), afirmou neste domingo que a avaliação de seu desempenho não teve peso na escolha do eleitorado paulistano. O prefeito saiu em defesa de sua administração, disse que estará aberto a uma transição compartilhada e fez mistério sobre seu futuro político.
Kassab chegou ao Colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital, pouco antes das 9 horas. O prefeito negou que as críticas que tem recebido prejudicaram seu aliado, José Serra (PSDB). "O que está em jogo não é a minha avaliação, mas os candidatos, os seus compromissos com o futuro. A cidade não está olhando para trás, a cidade está olhando para frente e quer saber qual é aquele que tem mais identidade com suas propostas. Não tem a ver com os últimos quatro, oito ou 12 anos."
O prefeito também se defendeu das críticas que tem recebido e disse que o sucessor receberá uma São Paulo melhor do que no passado. "Em relação à nossa gestão, deixamos uma cidade melhor, com recursos em caixa, avanços na saúde e educação, que se transformou do ponto de vista do meio ambiente, da zeladoria, com o Cidade Limpa, com mais de uma centena de Amas, que recuperou e construiu escolas."
Kassab disse também que o futuro prefeito deverá fazer grandes investimentos na área social, porque São Paulo é uma cidade "muito complexa". "Qualquer um que seja o eleito, Serra ou Haddad, vai conseguir superar todos os desafios? Evidentemente que não. A cidade não tem recursos para, em apenas quatro anos, corrigir os problemas que ainda restam."
Transição
Mesmo antes de saber o resultado das urnas, Kassab disse que estaria de portas abertas para o sucessor. "Todos sabem da minha expectativa em relação ao Serra, o quanto ele é qualificado, bem preparado. O Serra é o meu candidato. Mas, qualquer que seja eleito, posso afirmar, em primeiro lugar, que a Prefeitura ao longo dos próximos dois meses estará totalmente à disposição para, de uma maneira integrada, muito próxima, transferir nossos conhecimentos para que o futuro prefeito, a partir de 1º de janeiro, possa ter todas as informações para começar da melhor maneira possível."
O prefeito evitou antecipar quais serão seus próximos passos. "Gosto da vida pública, vou continuar nela e quero seguir próximo de São Paulo. Qualquer que seja o prefeito, estarei disposto a contribuir com ele de maneira crítica, positiva, pensando no melhor para a cidade."
Sobre uma eventual participação em algum ministério do governo Dilma, caso receba um convite, preferiu se esquivar. "O partido é independente. Enquanto não houver uma posição muito clara sobre 2014, vai continuar independente."
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