Lacerda vê como "normal" multa a fornecedores a cada dois dias

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), minimizou, nessa terça-feira (15), o fato de a administração multar, a cada dois dias, uma empresa prestadora de serviços ao município, por falhas em serviços. Segundo ele, atrasos na entrega de obras podem acontecer e já são previstas multas nos contratos. “Isso é normal. Em todo governo, o fornecedor atrasa, não cumpre. É normal e é previsto em lei”, afirmou.

Conforme publicado pelo Hoje em Dia, na edição de ontem, os problemas mais comuns são obras não realizadas, atrasos e entrega de materiais fora das especificações. Para Lacerda, multas aplicadas, por mês, a dez empresas terceirizadas não indicam uma situação preocupante.

“A prefeitura tem, não só centenas, mas milhares de fornecedores. Esse processo de punição de empresas que não cumprem os contratos foi regulamentado em um decreto recente do prefeito, a pedido da Controladoria, para que haja um padrão comum de procedimentos da prefeitura em relação a essas penalizações”, completou o prefeito.

Secretariado

Lacerda adiantou que poderá nomear, na próxima semana, de um a três secretários municipais. De acordo com o socialista, a negociação é “lenta” e só será concluída depois que houver um “diagnóstico” de quais e quantas vagas estarão disponíveis nas secretarias. “Só então, de posse dessa dispo-nibilização de cargos da prefeitura, é que faremos negociação com os partidos”, disse.

Ele não descartou, ainda, a possibilidade de acomodar algumas das 19 legendas aliadas no segundo escalão do governo, como ocorreu no seu primeiro mandato na prefeitura. “Depende do tamanho do partido, do tempo de televisão, da contribuição que teve na campanha eleitoral. É uma negociação lenta, difícil e nós fazemos questão que sejam pessoas qualificadas”. Para as regionais, o socialista irá nomear funcionários de carreira.

Câmara Municipal

Em relação à posse do vereador Léo Burguês (PSDB) para a Presidência da Câmara, Lacerda negou que a eleição do tucano tenha sido uma derrota pessoal do prefeito.

“Não pedi voto para ninguém. Apenas pedi ao meu partido que votasse no PSDB. Houve um racha e o candidato no qual nós votamos não ganhou”, ponderou.

Questionado sobre o endurecimento da relação com o Legislativo, prometido por Burguês, o prefeito respondeu que nunca teve facilidade para aprovar projetos sem que fossem debatidos. “Não sei o que significa esse endurecimento. Nunca tivemos maioria automática na Câmara. A vida da prefeitura no primeiro mandato não foi fácil”.