(Lucas Prates)
Na mira de um processo de impeachment, o vereador Léo Burguês (União) usou sua fala na reunião plenária na tarde desta segunda-feira (6), na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), para pedir que seja investigado. E que possa ter o direito de se defender adequadamente contra as denúncias de corrupção feitas em uma investigação da Polícia Civil.
“Pela gravidade dos fatos, não vejo outro caminho que não seja o caminho adotado pelo presidente [Gabriel Azevedo, sem partido] de colocar esse pedido de abertura nessa casa; como também não vejo outro caminho senão que todos os vereadores de Belo Horizonte abram esse processo de investigação e possível cassação do meu mandato”, disse o vereador.
Ele pediu aos vereadores que aprovem a abertura do processo de investigação e alegou que essa será a oportunidade para mostrar aos seus colegas e à sociedade que é inocente.
“Caso não se comprove nenhum delito, que esse cenário também vote sem pena. Pois se não houve confirmação de crime, não há porque qualquer tipo de penalidade contra o meu mandato”, afirmou.
Na manhã desta segunda-feira, o presidente da CMBH convocou uma entrevista coletiva para dizer que aceitou o pedido de impeachment contra Léo Burguês, que é investigado pela Polícia civil por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, "rachadinha", entre outros.
O vereador lembrou casos recentes de vereadores cassados por corrupção e disse que sua situação é diferente. "Sou inocente e vou até o final", afirmou.
O pedido de impeachment foi lido em plenário e na quarta-feira (8) será submetido aos demais vereadores. Caso eles aprovem a proposta, serão sorteados três vereadores para compor uma Comissão que irá avaliar o pedido de cassação e produzir um relatório para votação em plenário.
Para cassar o vereador serão necessários 28 votos entre os 41 vereadores da capital.
Histórico
Não é a primeira vez que Léo Burguês se envolve em polêmicas na CMBH. Em 2021, o vereador chegou a ser condenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) a devolver R$ 126 mil aos cofres públicos por causa de gastos indevidos das verbas indenizatórias da Câmara, segundo o tribunal.
Na época, Léo Burguês foi acusado pelo TCE de utilizar recursos públicos para comprar lanches congelados na lanchonete de sua madrasta, no caso que ficou conhecido como "Coxinha da madrasta" e virou até marchinha de Carnaval.
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