Lewandowski diz que será vice-presidente "low profile"

Felipe Seligman e Márcio Falcão - Folhapress
20/11/2012 às 18:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:27
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

(Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

BRASÍLIA - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski disse nesta terça-feira (20) que as equipes de seu gabinete e a do futuro presidente, Joaquim Barbosa, estão conversando sobre o período em que estiverem à frente da Corte, mas afirmou que será um vice-presidente com "protagonismo mínimo, low profile".

Barbosa e Lewandowski assumem, respectivamente, a presidência e a vice-presidência na quinta-feira.

Nos últimos três meses, a relação entre Lewandowski e Barbosa ficou estremecida após diversos bate-bocas ao longo do julgamento do mensalão, uma vez que são revisor e relator, respectivamente, do processo. "Nossas equipes estão conversando para eventuais ausências, sobretudo em recesso. Estamos acertando as datas, vendo conveniências [de quem vai sair primeiro, em qual período]. É praxe essa conversa. É praxe que o vice divida com o presidente a gestão da corte, sobretudo as liminares durante o recesso", disse. "Serei um vice-presidente bem tradicional e o mais colaborativo possível", completou.

O futuro vice-presidente disse que não vai "sugerir absolutamente nada". "Eu vou ficar bem quietinho na vice, bem vice, vou ser tipo assim um vice José Alencar [ex-vice-presidente da República no governo Lula."

O ministro minimizou os desentendimentos. "As divergências são sempre em torno de temas pontuais, ou jurídicos. Quando se trata da instituição, integrantes se unem pela instituição. Desavenças e divergências pessoais são circunscritas ao julgamento, mesmo no lanche, nos cumprimentamos, sentamos juntos".

Lewandowski disse ainda que fora do julgamento teve uma boa relação com Barbosa. "Eu sempre fui um dos que melhor me dei com Joaquim. Os que são casados sabem que há rusgas, mas a instituição do casamento é mais forte que eventuais rusgas. Comparando em termos de instituição, acho que precisamos preservar as instituições".

O ministro disse que Barbosa terá que ser mais político na presidência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). "Eu diria que é mais político porque coordenar um colégio de iguais é uma coisa, de desiguais, em termos da proveniência profissional, não é fácil".

Sobre a parceria no comando do CNJ, Lewandowski disse que vai substituir Barbosa em eventuais necessidades. "As sessões são o dia inteiro, vocês podem tirar as conclusões. Não sei se [Joaquim] terá condições de aguentar o dia inteiro, aí terei que estar preparado para substituir. O problema é que vice não tem staff, equipe, só tem um assessor a mais. Não tenho que me preocupar com a pauta, preparar pauta", disse.

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