Líder tucano diz que inflação mostra fracasso do governo

Ricardo Brito
08/03/2013 às 13:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:42

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), afirmou há pouco que a divulgação dos indicadores inflacionários pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aliado a outros resultados da economia brasileira, apontam para um "fracasso" dos dois primeiros anos do governo Dilma Rousseff. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou desaceleração no mês passado, de 0,60%, ante 0,86% em janeiro, acumulando uma alta no bimestre de 1,47%. Já o resultado em 12 meses até fevereiro chega a 6,31%, uma variação acima do centro da meta de inflação fixada pelo governo, de 4,5%, e quase no teto, de 6,5%.

"Eu acho que a inflação persistentemente acima da meta e próxima do teto, ao lado do descontrole das contas públicas e do raquitismo do PIB, aponta para um fracasso do primeiro biênio do governo Dilma", disse o tucano à Agência Estado. Segundo ele, se estivéssemos em um regime de governo parlamentarista, o gabinete seria dissolvido.

Para o líder do PSDB, os dados econômicos são preocupantes e o governo "parece uma barata tonta". Apesar das críticas, ele disse torcer para a queda nos próximos meses do ritmo do crescimento da inflação, registrada na sondagem do IBGE divulgada nesta sexta-feira. "Eu torço por isso. Não compartilho do otimismo delirante do ministro da Fazenda (Guido Mantega), mas torço por isso", afirmou.

Aloysio Nunes Ferreira disse que, pelos pronunciamentos públicos, a presidente está em campanha à reeleição. Ao contrário de Dilma, que dias atrás disse que a crise internacional não levará a uma "pneumonia" no Brasil, ele afirmou que "já estamos com pneumonia". Questionado sobre se é favorável ao aumento da taxa básica de juros, atualmente em 7,25% ao ano, para diminuir a pressão inflacionária, o tucano não quis opinar. "Defendo que o Banco Central reassuma seu papel de guardião da estabilidade. Isso é competência do BC, não quero dar palpite nem o governo deveria dar (sobre a alta da Selic)".
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