(Lucas Prates)
A candidata do PSOL à Presidência da República, ex-deputada Luciana Genro, criticou, nessa terça-feira (15), a “semelhança”, segundo ela, entre as propostas dos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT), Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) e voltou a se colocar como a “real terceira via” do eleitorado, capaz de dar resposta às manifestações populares de junho de 2013.
Em visita ao Hoje em Dia, Luciana destacou a ideia “diferenciada” de seu partido e classificou Campos, que se lançou ao lado da ex-senadora Marina Silva como opção à polarização entre PT e PSDB, como uma “mistura híbrida” entre esses dois partidos. Ela ainda criticou a influência de empreiteiras no programa federal Minha Casa, Minha Vida.
“Aécio é expressão de uma política de retrocesso, de volta ao passado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o neoliberalismo puro. Dilma é um continuísmo conservador, que acaba também levando a um retrocesso.
E Campos não é diferente. Ele não é uma opção nova. É uma mistura híbrida de PSDB com PT, tanto que ele está com os tucanos em Minas e São Paulo e com os petistas no Rio. Ou seja, não tem palanque nos três principais Estados”, comentou.
Sobre o Minha Casa, Minha Vida, Luciana ressaltou que pretende, se eleita, manter o programa mas modificá-lo, de forma a “resgatar o controle público”. “Na verdade, o programa só resolveu o problema das empreiteiras, não resolveu o de famílias de baixa renda. Hoje, 98% dos recursos do programa estão nas mãos de empreiteiras, que financiam os partidos e constroem apartamentos pequenos em lugares distantes. Só 2% do valor do programa vai a entidades de moradia”.
Para ela, o ideal é eleger pelo menos um candidato a deputado federal e um estadual, no caso de Minas. A candidata reconhece que com os 52 segundos de tempo de TV o desafio será grande, frente aos 12 minutos de Dilma na propaganda eleitoral gratuita.
Nos próximos dias, o partido vai lançar um site para arrecadar fundos para a campanha. “A gente vai mostrar que é possível fazer mudanças estruturais nesse sistema. Vamos tributar os bancos, as cinco mil famílias que concentram R$ 2 trilhões. É daí que vamos tirar o dinheiro para fazer nossas propostas e diminuir a desigualdade dos tempos de TV, do espaço na mídia”, disse.
Fidélis destaca ‘Tarifa Zero’ no plano de governo
Entre os planos do PSOL para Minas Gerais, de acordo com o candidato ao Palácio Tiradentes, Fidélis Alcântara, estão o Tarifa Zero (democratizar o transporte público sem cobrança da passagem) e a implantação de uma auditoria para apurar a dívida de Minas – não só com a União, mas também com bancos nacionais e internacionais. Entre outras ideias, estão a reforma agrária e a desmilitari-zação das Polícias.
“As prefeituras não têm gasolina para colocar nas viaturas porque o Estado, na gestão do PSDB, passou a manutenção e o abastecimento para os municípios. É uma das covardias do Choque de Gestão. Na verdade, é preciso unir as polícias e deixar a Civil somente para crimes específicos”, afirmou Fidélis, em visita ao Hoje em Dia, nessa terça-feira. Ele é dos líderes em Belo Horizonte do Comitê dos Atingidos pela Copa (Copac).
Sobre a dívida de Minas com a União, ele diz que “grande parte já foi paga”. “Uma auditoria é fundamental, para ver de onde ela vem. Cobrar juros compostos é até ilegal”.
Para se destacar diante da opulência das demais candidaturas ao governo de Minas, Fidélis aposta no “voluntariado” da militância do partido como um dos diferenciais.
“Já temos militância que atua junto a movimentos sociais no cotidiano. Facilita a campanha, é diferente de candidatos lançados da noite para o dia. Ajudam muito a campanha a deslanchar”.
Para a eleição proporcional, o PSOL lançou 20 candidatos à Câmara dos Deputados e 30 para a Assembleia Legislativa, na chamada Frente de Esquerda, junto ao PSTU, que indicou a candidata a vice-governadora, Victoria Melo.