Luiza Erundina quer PSB longe do tucano Geraldo Alckmin

Pedro Venceslau e Isadora Peron
11/10/2013 às 09:09.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:15

Uma das principais puxadoras de votos do PSB em São Paulo, a deputada federal e ex-prefeita da capital Luiza Erundina defende que seu partido se afaste do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e entre na campanha estadual de 2014 com um candidato próprio. Antes isolada do comando da sigla, que é presidida no Estado pelo deputado federal Márcio França, ela ganhou força e destaque depois da aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, de quem é amiga pessoal.

As duas conversaram longamente na segunda-feira (7). "Acredito que, com a entrada da Rede no PSB, cresce a tese da candidatura própria. A discussão em São Paulo se retoma no marco zero", disse Erundina. A posição da deputada é defendida por outros membros da direção nacional do PSB, mas enfrenta resistência dos dirigentes locais. Até o acordo Marina-Campos, estava praticamente acertado que o partido apoiaria Alckmin no seu projeto de reeleição.

O problema é que a Rede já afirmou ter restrições de apoiar candidatos tanto do PSDB quanto do PT, o que pode trazer problemas para a composição de alianças regionais. A chapa dos sonhos dos marineiros para o governo paulista seria encabeçada por Walter Feldman e teria o vereador Ricardo Young (PPS) como vice. "Em São Paulo, havia essa tendência, defendida pelo Márcio França, de se aliar com Alckmin e ter o Márcio como vice. Isso tudo não foi fruto de reuniões e decisões formais, mas era o que se sentia no PSB", afirmou Erundina.

A deputada avalia que é cedo para falar em nomes, mas reservadamente os integrantes do PSB que defendem essa tese apresentam três opções: a própria Erundina, França e o deputado federal Walter Feldman. Ex-tucano, ele passou a dividir com França o comando do diretório por indicação da Rede. A primeira reunião entre os membros da Rede e do PSB paulista será na manhã desta sexta (11).

Ex-petista, Erundina faz coro com os dirigentes da Rede e se diz incomodada com a aproximação do PSB com políticos como Jorge Bornhausen, Ronaldo Caiado e Heráclito Fortes, que historicamente são antagonistas dos partidos de esquerda. "Essas alianças já não eram uma questão tranquila no âmbito do PSB. É evidente que me senti desconfortável com a filiação de Jorge Bornhausen. Sou uma entusiasta da candidatura do Campos à Presidência, mas essas alianças heterodoxas não têm meu apoio", afirmou ela.

Depois de anos isolada da direção do partido, Erundina foi a única parlamentar do PSB que teve espaço no programa de TV da sigla exibido nesta quinta-feira, 10. No dia do anúncio do apoio a Campos, sentou-se ao lado de Marina no centro da mesa. Apesar da amizade com Marina, a deputada disse que é ainda é precoce o debate sobre quem será o candidato presidencial do PSB.

Aceno tucano - Alckmin deve encontrar França no fim de semana para discutir a aliança no Estado. Além disso, o governador já começou a costurar com o PSB uma visita de Campos ao Palácio dos Bandeirantes na semana que vem. A proposta é montar uma agenda administrativa para reforçar a parceria dos governadores. Depois disso, os dois devem se reunir para negociar a situação dos partidos.(Colaborou Ricardo Chapola). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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