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Lula alerta para ‘risco’ de Congresso aprovar anistia e convoca mobilização nas periferias em BH

Presidente participou de roda de conversa com comunicadores e lideranças do Aglomerado da Serra

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
04/09/2025 às 14:37.
Atualizado em 04/09/2025 às 14:49
Lula em roda de conversa com influenciadores e lideranças do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, nesta quinta (4); presidente pediu mobilização contra anistia do 8 de janeiro e defesa da democracia nas periferias (Reprodução/Instagram)

Lula em roda de conversa com influenciadores e lideranças do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, nesta quinta (4); presidente pediu mobilização contra anistia do 8 de janeiro e defesa da democracia nas periferias (Reprodução/Instagram)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (4), que há “risco” de o Congresso aprovar uma anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, caso o tema seja pautado. A declaração foi feita durante uma roda de conversa com comunicadores e lideranças do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, transmitida ao vivo no perfil do presidente no Instagram. 

“Se for votar no Congresso, nós corremos o risco da anistia. Vocês sabem que não é o Congresso eleito pela periferia. O Congresso tem ajudado o governo, aprovou quase tudo que o governo queria, mas a extrema direita tem muita força ainda. Então, é a batalha que tem que ser feita também pelo povo”, disse Lula. 

O encontro, realizado antes do lançamento do projeto Gás do Povo, em BH, foi marcado por intervenções de ativistas e influenciadores e pelo grito de “sem anistia” vindo de participantes.

No mesmo trecho da conversa, Lula voltou a criticar o que chamou de “falsos patriotas” que pedem interferência do ex-presidente dos Estados Unidos na política brasileira.

As falas se inserem no ambiente de tensão diplomática gerado pelas recentes sobretaxas americanas a produtos brasileiros - alíquota de 50% imposta desde 6 de agosto. 

Lula também defendeu que as comunidades periféricas se organizem para participar do debate público e fiscalizem a execução de políticas culturais e sociais.

“Nós estamos vivendo esse momento delicado no Brasil, que é um momento de incompreensão, um momento em que a gente precisa politizar as nossas comunidades”, disse, ao comentar iniciativas como os Pontos de Cultura e o programa Periferia Viva. 

O presidente também incentivou a cobrança a gestores municipais sobre a aplicação de recursos em cultura - citou as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc - e disse que a participação social deve incluir críticas ao próprio governo quando necessário. “Vocês não têm que ter medo de fazer crítica ao governo, não. O governo, se estiver errado, tem que tomar cacete mesmo”, afirmou, em referência à necessidade de controle social e de fiscalização do uso de verbas públicas. 

Por fim, Lula voltou a relacionar o debate sobre democracia ao enfrentamento da desinformação. “Estamos vivendo esse momento delicado no Brasil, de incompreensão, um momento em que a gente precisa politizar as nossas comunidades. As pessoas precisam ser orientadas do que é certo e do que errado. Nós precisamos combater a fake news. Não tem porque a gente deixar que a mentira seja mais importante do que a verdade”, disse.

*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca

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