Manifestantes 'compram' votos de parlamentares no aeroporto de Brasília

Estadão Conteúdo
01/08/2017 às 14:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:51
 (DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)

(DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)

Um grupo de manifestantes ligados à organização não governamental Avaaz estiveram na manhã desta terça-feira (1º), no portão de desembarque do Aeroporto de Brasília, para protestar contra o governo do presidente Michel Temer e pedir ao Congresso que vote a favor das investigações contra o presidente.

Usando máscaras com o rosto de Temer e placas com os dizeres "Compro Voto - Troco por emenda", os ativistas abordavam os passageiros que chegavam à capital federal, distribuindo notas falsas de R$ 100.

Pelo menos quatro parlamentares foram recebidos pelos manifestantes na volta do recesso parlamentar: os deputados Major Olímpio (SD-SP), Julio Lopes (PP-RJ), Mauro Lopes (PMDB-MG) e Esperidião Amin (PP-SC). Os cartazes lembravam ainda que são necessários 342 votos para que Temer seja investigado.

O protesto, segundo os ativistas, faz parte de uma série de ações organizadas pela Avaaz nesta semana, para fazer com que os deputados ouçam a vontade de seu eleitorado em um momento, em que Temer distribui favores políticos em troca de votos. Entre essas ações está uma pesquisa encomendada ao Ibope, na qual oito em cada 10 entrevistados concordaram com a afirmação: "Acho que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice da corrupção".

A Avaaz também patrocinou anúncios em rádios dos regiões eleitorais de deputados indecisos e estimulou seus membros a escreverem milhares de e-mails pressionando os parlamentares. Na quarta-feira, a ONG promete manifestações em frente ao Congresso.

O protesto no terminal de Brasília acontece uma semana depois de o aeroporto censurar dois anúncios da Avaaz com mensagens críticas a Temer. "Eles podem ter nos calado ali, mas não podem deixar de ouvir a voz do povo nas redes sociais, nas ruas, ou nesta semana, quando os brasileiros exigirão que Temer responda à Justiça como qualquer outro cidadão", disse Diego Casaes, ativista da Avaaz.

Na internet, um abaixo-assinado digital com o pedido de "Novas eleições já! #foratemer" pretende chegar a 750 mil assinaturas. Até o meio-dia desta terça-feira, mais de 524 mil pessoas já tiram aderido à iniciativa.

"Pedimos aos senhores que escutem a voz do povo e convoquem novas eleições para presidente o quanto antes. Não nos sentimos representados por um presidente que é mencionado nas investigações da Lava Jato e que está inelegível pelos próximos oito anos. Queremos e temos o direito de escolher quem deve liderar nosso país", afirma o abaixo-assinado publicado pela Avaaz. "O Congresso e o Tribunal Superior Eleitoral podem criar uma nova eleição, mas eles não vão se mexer a menos que milhões de pessoas se recusem a reconhecer um governo liderado por um homem que não pode nem legalmente concorrer a um cargo eletivo!"Leia mais:
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