BRASÍLIA - Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta terça-feira (8) o pedido de abertura de inquérito contra os deputados Waldir Maranhão (PP-MA) e Eduardo Gomes (PSDB-TO), ambos flagrados em ligações suspeitas com integrantes do esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão investigado na operação Miqueias, da Polícia Federal (PF). Outro pedaço da investigação da PF, que está no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, também deve chegar à corte nos próximos dias, o que pode implicar os deputados Taumaturgo Lima (PT-AC) e Fernando Torres (PSD-BA) no caso. O relator do caso será o ministro Marco Aurélio Mello, que decidirá se há indícios suficientes para a abertura de inquérito contra os parlamentares. A decisão de enviar o caso ao STF foi tomada na segunda-feira (7) pela Justiça Federal, uma vez que há parlamentares envolvidos na operação. Segundo a decisão, os deputados Waldir Maranhão (PP-MA) e Eduardo Gomes (PSDB-TO), "dentre outros", aparecem em conversas telefônicas com o doleiro suspeito de comandar o esquema que movimentou R$ 300 milhões em 18 meses. O doleiro em questão é Fayed Traboulsi, cuja agenda apreendida pela PF revelou valores lançados que levantou a suspeita de pagamentos de comissão. O nome do deputado Eduardo Gomes, aparece ao lado de valores, por exemplo.
Procurado pela reportagem, o deputado Waldir Maranhão não retornou as ligações. Já Eduardo Gomes admitiu "conhecer socialmente" o doleiro há muitos anos, mas negou ter participado de qualquer atividade ilegal.