(Samuel Costa)
Condenado por ser o operador do Mensalão, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza só poderá receber visitas na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a partir de 6 de junho. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Valério, que chegou às 13h30 desta quarta-feira (28) na unidade prisional, terá que ficar 10 dias em isolamento. O procedimento, conforme o órgão, é padrão para adaptação do preso. Neste período, no entanto, ele terá contato com os outros detentos e tem direito a banho de sol no horário estipulado pelo complexo. As visitas serão liberadas após os dez dias e mediante cadastro do familiar na própria penitenciária. Ainda de acordo com a Seds, Marcos Valério está no mesmo pavilhão dos mensaleiros que cumprem pena no local, o ex-dirigente e ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, respectivamente. Por medida de segurança, o pavilhão onde eles estão não foi divulgado. Marcos Valério foi condenado a 37 anos, 5 meses e 6 dias de prisão por corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas. Desde o resultado da sentença, ele estava recluso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Na manhã desta quarta-feira, contudo, ele foi transferido para Minas Gerais. Ele saiu de Brasília durante a manhã e escoltado por policiais federais. O condenado do mensalão desembarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, às 10h15, em um avião comercial. De lá, ele foi conduzido para a sede da Polícia Federal e depois levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde foi submetido ao exame de corpo de delito. Após o procedimento, que durou cerca de 15 minutos, ele foi levado para a Penitenciária Nelson Hungria. A transferência do preso para a unidade prisional foi realizada pelo Comando de Operações Especiais (Cope), da Suapi. De acordo com a Seds, ao chegar à penitenciária, Marcos Valério passou pelos procedimentos de revista, foi informado das regras de segurança, passou por entrevistas com profissionais da assistência social e psicologia para desenvolvimento do primeiro perfil dentro da unidade e vestiu uniforme prisional, calça e blusa vermelha e chinelo de dedo. Depois, Marcos Valério foi encaminhado para uma cela individual de 6 metros quadrados, com uma cama de alvenaria, um colchão, um vaso sanitário, pia com torneira e chuveiro. A transferência do condenado de Brasília para Minas foi autorizada pelo ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, na última quinta-feira (21). No despacho, Barbosa citou artigo da lei que estabelece as regras para a execução penal no Brasil. De acordo com ele, o dispositivo garante o direito do preso a permanecer em local próximo ao seu meio social e familiar. "Apesar da cautela recomendada pelo juízo das execuções penais de Contagem, considerada a possível existência de um plano para extorquir o apenado Marcos Valério ou seus familiares, o próprio condenado insiste no pedido de transferência", ressaltou o ministro. "Ademais, a administração garantiu haver condições de receber o preso em condições de segurança", completou.