RIO DE JANEIRO - A ex-senadora Marina Silva criticou neste sábado (16) a reforma ministerial anunciada na sexta-feira pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
"Não adianta mudar ministros se a lógica continua a mesma. Para manter a base do governo, os partidos ocupam espaços públicos como se privados fossem", afirmou.
Marina, que está no Rio em busca de assinaturas para viabilizar seu novo partido, a Rede Sustentabilidade, criticou o que o governo chama de "coalizão". Para ela, isso não passa de "poder pelo poder".
Apesar de ter conquistado 20 milhões de votos na última eleição presidencial, Marina nega, por ora, que seja pré-candidata e diz que é muito cedo para discutir a questão.
"Nós acabamos de sair de uma eleição para prefeito e já estão fazendo, um ano antes, a discussão para presidente da República, quando este intervalo é fundamental para discutir ideias."
Ela afirmou que um dos problemas do governo é que ele continua "na agenda do século 19, que se mostra fracassada do ponto de vista econômico e ambiental".
Sobre os royalties do petróleo, ela defendeu que os contratos sejam respeitados e que se crie um "processo virtuoso em que estes recursos possam ser distribuídos equitativamente com um princípio de justiça para todo o país".
Marina também apontou problemas na "inclusão social". Segundo a ex-senadora, ela precisa ser focada no sentido da educação de qualidade, com investimento em educação integral que gere conhecimento, ciência e tecnologia.
Cerca de 200 pessoas acompanham o ato com Marina, no Circo Voador, tradicional casa de shows do Rio.
Entre os presentes, estavam a vereadora de Maceió Heloísa Helena (PSOL), o vereador do Rio Jefferson Mora (PSOL) e o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ).
Segundo a sua assessoria, Marina deve jantar nesta noite na casa do ator Marcos Palmeira, onde se encontrará com amigos e apoiadores.
No domingo, a ex-senadora vai à praia de Copacabana para tentar coletar assinaturas.