O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira (17) que o governo federal fez "o que achava que tinha que fazer" em relação ao plebiscito sobre reforma política. Ele também afirmou que caberá aos senadores e deputados "definir se querem o plebiscito que o povo quer".
"O governo fez o que achava que tinha que fazer em relação ao plebiscito. As pesquisas de opinião que foram apresentadas mostram que em torno de 70% da população apoia a iniciativa. Por quê? Porque o plebiscito permite ao povo ser sujeito do processo de reforma", disse Mercadante, ao chegar ao Palácio Itamaraty para participar da 41ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o "Conselhão".
A Câmara instalou nesta terça-feira (16) o grupo de trabalho para formatar propostas para a reforma política. Os 14 parlamentares que integram o grupo terão 90 dias para concluir a atividade, sob a coordenação do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), que foi indicado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Inicialmente, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) era o indicado do Partido dos Trabalhadores para integrar o grupo, por ter sido relator de diversas propostas relacionadas ao sistema político e eleitoral brasileiro.
"Nunca conseguimos fazer reforma política profunda por várias razões. Entre outras, porque os parlamentares têm dificuldades de trabalhar com mudanças de regras, principalmente em um momento como este de tempo exíguo", argumentou. Na avaliação do ministro, agora quem decide sobre o plebiscito é o plenário da Câmara e do Senado. Para Mercadante, o governo Dilma deu "grande contribuição ao pautar a reforma política". O ministro lembrou que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva também tentaram fazer uma reforma política, mas sem êxito. "Temos uma grande oportunidade. Vamos ver qual o trabalho desta comissão e qual a reforma possível para este ano", afirmou.
Ao comentar os números da última pesquisa CNT/MDA, Mercadante disse: "Nosso desafio é trabalhar mais para vencer no primeiro turno. A queda (de popularidade) atingiu todos os governadores e prefeitos". Para ele, faz parte do processo de exercer a Presidência da República "ganhar e perder" popularidade.
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