Mesmo com recurso, PBH desiste de obra para melhorar o trânsito

Humberto Santos - Hoje em Dia
01/08/2013 às 07:25.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:34

A Prefeitura de Belo Horizonte contratou e depois dispensou projeto básico de três intervenções para eliminar gargalos no trânsito da Linha Verde. A justificativa para não levar as propostas adiante, mesmo com dinheiro disponibilizado pelo Estado, seria “falta de tempo” para concluir as intervenções antes da Copa do Mundo.

Depois de desistir dos projetos, a prefeitura repassou os estudos técnicos para o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão do governo estadual.

As intervenções planejadas seriam um viaduto de mão dupla na Cristiano Machado sobre a avenida Sebastião de Brito, outro na Waldomiro Lobo sobre a Cristiano Machado e uma trincheira na mesma avenida, na altura do Shopping Estação BH e da nova Catedral Cristo Rei. A trincheira permitiria o trânsito livre, sem semáforos na Linha Verde em um ponto que apresenta grande saturação atualmente.

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Essas obras foram anunciadas pelo governador Antonio Anastasia (PSDB), em parceria com a prefeitura, em agosto de 2012. Dois meses antes, a PBH pediu para a empresa Consol elaborar, ao custo de R$ 300 mil, o projeto básico das intervenções. O estudo foi entregue à administração municipal em dezembro do ano passado. As três obras estão orçadas em R$ 260 milhões.

Ao repassar os estudos, de acordo com um técnico da prefeitura que acompanhou o processo, a administração municipal teria comunicado ao Estado que as intervenções não ficariam prontas antes da Copa. Por isso, preferiu evitar o transtorno que as alterações no trânsito causariam no caminho do aeroporto de Confins durante o Mundial e desistia das intervenções.

A prefeitura solicitou então que o Estado liberasse os recursos para outras obras, o que foi negado.

Em março deste ano, o governo do Estado anunciou as obras novamente, mas sem prazo para serem iniciadas. Depois deste anúncio, técnicos do Estado e da prefeitura se reuniram para discutir as intervenções. O Estado teria acenado com recursos para a obra, mas a prefeitura teria insistido em outras. A reunião acabou sem definição.

A previsão é que as obras tivessem a duração de um ano. Das três, a mais difícil seria a dos viadutos no cruzamento com a Sebastião de Brito. No local passa um canal subterrâneo do ribeirão Pampulha, que possui pequena capacidade de vazão. Seria necessário ampliar o canal antes.

O complexo viário em frente ao Shopping Estação contaria com duas trincheiras, seis viadutos e duas passarelas para pedestres. Custaria metade dos R$ 260 milhões das três intervenções.

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