Segundo o inspetor Silvinei Vasques, o público principal será o caminhoneiro (Valter Campanato/Agência Brasil)
O Ministério Público Federal (MPF) pediu o afastamento do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por propaganda indevida ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e possível omissão diante dos protestos que bloquearam rodovias em protesto contra o resultado das eleições.
Em 2 de novembro, logo após o segundo turno das eleições presidenciais, o MPF abriu um inquérito para investigar bloqueios de veículos realizados pela PRF em várias estradas, no domingo (30), dia da votação.
O alvo deste processo era o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, que chegou a ser chamado, ainda durante a ida dos eleitores às urnas, para prestar esclarecimentos ao ministro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, sobre a realização de blitzes da polícia rodoviária, principalmente na região nordeste, onde Lula (PT) aparecia na frente nas pesquisas eleitorais.
No dia anterior às eleições, Silvinei tinha solicitado aos seus seguidores em redes sociais que votassem em Bolsonaro, o que fez aumentar as suspeitas sobre o diretor da PRF.
Na sexta-feira (11) o MPF no Rio de Janeiro solicitou à PRF que enviasse informações sobre ações adotadas para punir e prevenir bloqueios das rodovias federais, pelo menos até o próximo dia 15 de novembro. O órgão tinha determinado prazo de 72h para o envio das informações. Nesta terça-feira (15), o MPF solicitou o afastamento imediato do diretor-geral da PRF sob acusação de prevaricação e de violência política.
Vasques já é investigado em um inquérito da própria PRF, aberto a pedido do MPF. Ele chegou ao cargo de diretor-geral em abril de 2021, indicado por Bolsonaro.
A reportagem fez contato com a Polícia Rodoviária Federal, solicitando um posicionamento diante do pedido do Ministério Público Federal, mas ainda não houve retorno.