O juiz federal Sérgio Moro mandou o lobista Jorge Luz para prisão domiciliar por um prazo de três meses para que ele possa passar por uma cirurgia em um hospital no Rio de Janeiro. O operador ligado ao MDB está acometido por um câncer "com grau de agressividade alto", segundo seus advogados. Luz está condenado a 13 anos e 8 meses por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação "Lava Jato".
A defesa informou Moro de que O "plano recomendado" pelo médico do lobista "seria de internação no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro/RJ, com a realização de exames preliminares, sendo a cirurgia agendada em seguida".
Luz "deverá ficar internado por 14 dias após a cirurgia e após esse período deverá ter alta e fazer controle periódico e semanal em seu consultório até o completo restabelecimento", de acordo com os advogados.
"A previsão é de que o tratamento dure 60 dias, desde a internação até a alta", informaram ao juízo.
"Não obstante, considerando-se que se trata de prisão provisória, que o condenado possui elevada idade (74 anos) e que está acometido de doença grave, a prudência recomenda, para evitar que o recolhimento ao cárcere comprometa de qualquer forma o êxito dos cuidados médicos recomendados, a concessão a ele de tratamento mais leniente, enquanto durar o tratamento", considerou Moro.
Moro afirmou entender "não ser o caso de revogar a prisão preventiva de Luz, mas disse ser "pertinente a concessão do benefício da prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, enquanto durar o tratamento e até nova deliberação do Juízo".
Luz terá de entregar os passaportes à Justiça até esta sexta-feira, 16. Ele está proibido de deixar o País. Moro mandou a PF colocar tornozeleira eletrônica no operador do MDB.
Condenação
Em outubro de 2017, Luz foi condenado a 13 anos e 8 meses de prisão em primeira instância. Ele foi acusado de atuar junto aos lobistas Fernando Soares e Julio Camargo na operacionalização de propinas de R$ 15 milhões a políticos do MDB oriundas da contratação do navio-sonda Petrobras 10.000 do estaleiro coreano Samsung ao custo de US$ 586 milhões entre 2006 e 2008.
Colaboração
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Jorge confessou pagamento de R$ 11,5 milhões aos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA), ao ex-ministro de Minas e Energia do governo Lula Silas Rondeau, e ao deputado federal Aníbal Gomes (MDB-CE). Os repasses teriam ocorrido em contrapartida do suposto apoio dos políticos para fortalecer os ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, na estatal, após solicitação de Fernando Soares, em 2005.
Em uma planilha entregue à Justiça Federal do Paraná, em agosto de 2017, Jorge Luz identifica US$ 418 mil dos R$ 11,5 milhões em propinas que confessou ter intermediado aos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA), ao ex-ministro de Minas e Energia do governo Lula, Silas Rondeau, e ao deputado federal Aníbal Gomes (MDB-CE).
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