Mulheres no poder: as vitoriosas das eleições municipais no Brasil

Do Hoje em Dia
09/10/2012 às 06:27.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:56

  Apesar do revés em Betim, onde a prefeita não conseguiu se reeleger, e do resultado na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, que terá no ano que vem apenas uma vereadora, pode-se considerar que as mulheres foram as grandes vitoriosas nestas eleições, no país. Mais de 660 – ou 12% do total, um recorde histórico – foram eleitas prefeitas no domingo, 72 em Minas, Estado que passa a ter o maior número de mulheres no comando municipal. No segundo turno das eleições mineiras, há ainda a possibilidade de ser escolhida mais uma mulher, Margarida Salomão, do PT.   Nas capitais, só em Porto Velho uma mulher se elegeu: a deputada federal Teresa Surita, que já havia sido prefeita por três vezes, a primeira em 1992. No segundo turno, apenas a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B), concorre em Manaus com o tucano Artur Neto, que foi mais votado domingo. A presença feminina nas prefeituras passa a ser mais forte no interior dos estados.    A escalada feminina começou em 1995, quando a lei eleitoral exigiu que os partidos tivessem pelo menos 20% de mulheres candidatas. Em 1996, elas foram eleitas para 3,4% das prefeituras brasileiras. Sua participação cresceu para 6% e 7% nas duas eleições seguintes. Em 2008, foram eleitas 504 prefeitas (9% do total), das quais apenas duas em capitais – Natal e Fortaleza. Em Minas, foram eleitas 51 prefeitas. No Brasil, o número total de candidatos a prefeito não aumentou entre 2008 e 2012, mas cresceu em 21% o número de mulheres que disputaram o cargo.   Proporcionalmente ao número de eleitores de cada Estado, a presença de mulheres eleitas neste domingo para as prefeitura é maior na Paraíba (20%), contra 8% em Minas. Ao contrário de Betim, a prefeita petista de Governador Valadares, Elisa Costa (PT), se reelegeu. Ipatinga terá pela primeira vez uma prefeita, Cecília Ferramenta, mulher do ex-prefeito petista Chico Ferramenta. Em Coronel Fabriciano, foi eleita a ex-vereadora petista Rosângela Mendes e, em Ouro Branco, Cida Campos, do PSD.    As brasileiras passaram a ter o direito de votar em 1932 e, no começo deste século, se tornaram maioria no eleitorado. Mas sua participação na política, apesar dos avanços, é ainda pequena. Apenas duas governadoras e menos de 15% de senadores e de 9% dos deputados federais. Há ainda quem acredite que elas não foram talhadas para a política. Dilma Rousseff, primeira mulher na presidência, é um desmentido eloquente para os que assim pensam.

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