Nova etapa do julgamento inclui réus do núcleo político

Heloisa Cristaldo - Agência Brasil
17/09/2012 às 15:33.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:21

  BRASÍLIA – Começou há pouco no Supremo Tribunal Federal o julgamento do mensalão a vigésima quarta sessão dedicada exclusivamente à ação. Os ministros da Suprema Corte iniciam nesta segunda-feira (17) a analisar se houve pagamento de propina a parlamentares da base aliada em troca de apoio ao governo, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de onde veio o termo "mensalão" usado pela imprensa.   No início da sessão, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, fez um pequeno balanço sobre o último item julgado pelos ministros. Na ocasião, o tribunal condenou oito dos dez réus dos chamados núcleos financeiro e publicitário por lavagem de dinheiro.   A etapa do julgamento que começa nesta segunda trata dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro entre os partidos da base aliada do governo, devido a fatos ocorridos de 2003 a 2004. O capítulo inclui 23 dos 37 réus de todo o processo e é a maior fatia do julgamento. O Ministério Público (MP) denunciou um esquema de compra de apoio de deputados do PP, PTB, PL (atual PR) e PMDB.   O ministro-relator da ação, Joaquim Barbosa, explicou que vai dividir seu voto por etapas, segundo os quatro tipos de crime desta fase. Ele começará pelo crime de corrupção passiva – dividido entre quatro partidos – e, depois, seguirá para as acusações de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção ativa.   De acordo com a acusação elaborada pelo MP, José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno “articularam, ofereceram e, posteriormente, pagaram vultosas quantias a diversos parlamentares federais, principalmente os dirigentes partidários”, para conseguir apoio político para votar projetos de interesse do governo, em especial, as reformas tributária e da Previdência em 2003.   Segundo a denúncia, foram distribuídos R$ 4,1 milhões ao PP, R$ 10,8 milhões ao PL, R$ 5,5 milhões ao PTB e R$ 200 mil ao PMDB. O MPF informa que o repasse das verbas era feito de diversas formas: por saques dos próprios parlamentares ou seus assessores no Banco Rural, com a ajuda de integrantes do grupo de Marcos Valério, ou por meio de empresas usadas para lavar o dinheiro.   Confira os réus que serão julgados nesta etapa e os crimes aos quais respondem no Capítulo 6:   1) José Dirceu – corrupção ativa 2) José Genoíno – corrupção ativa 3) Delúbio Soares – corrupção ativa 4) Marcos Valério – corrupção ativa 5) Ramon Hollerbach – corrupção ativa 6) Cristiano Paz – corrupção ativa 7) Rogério Tolentino – corrupção ativa 8) Simone Vascolcelos – corrupção ativa 9) Geiza Dias – corrupção ativa 10) Anderson Adauto – corrupção ativa 11) Pedro Corrêa – corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha 12) Pedro Henry - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha 13) João Cláudio Genu - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha 14) Enivaldo Quadrado – lavagem de dinheiro e formação de quadrilha 15) Breno Fischberg – lavagem de dinheiro e formação de quadrilha 16) Valdemar Costa Neto - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha 17) Jacinto Lamas - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha 18) Antônio Lamas - lavagem de dinheiro e formação de quadrilha 19) Bispo Rodrigues - corrupção passiva e lavagem de dinheiro 20) Roberto Jefferson - corrupção passiva e lavagem de dinheiro 21)Emerson Palmieri - corrupção passiva e lavagem de dinheiro 22) Romeu Queiroz - corrupção passiva e lavagem de dinheiro 23) José Rodrigues Borba - corrupção passiva e lavagem de dinheiro

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