(Lucas Prates/Hoje em Dia)
O empresário Marcio Lacerda (PSB) tomou posse na terça-feira (1°) para o segundo mandato como prefeito de Belo Horizonte prometendo investimentos em três áreas prioritárias: mobilidade urbana, saúde e habitação.
Ainda no primeiro semestre deste ano, Lacerda pretende enviar à Câmara Municipal um projeto de lei que permite a promoção de alterações urbanísticas na cidade. O intuito é viabilizar a construção de 25 mil unidades habitacionais. Muitas serão construídas em parceria com o governo federal, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida.
Nos quatro primeiros anos de governo, o prefeito construiu 10 mil unidades habitacionais. Outras 2 mil estão em fase de conclusão.
Além de considerar baixo o repasse por unidade feito pela Caixa Econômica Federal para o Minha Casa, Minha Vida, a gestão socialista alega que enfrenta problemas em conseguir terrenos para as construções. Por isso, enviará o projeto de lei. Com uma Câmara conturbada nos bastidores, será a primeira missão polêmica do prefeito no segundo mandato.
Lacerda também enviará uma proposta para alterar a Lei de Uso e Ocupação do Solo, para que hospitais particulares e hotéis possam ampliar suas instalações acima do coeficiente de construção permitido hoje. O objetivo é ampliar a oferta dos serviços, em alguns casos para a Copa de 2014.
Postos de saúde
Na saúde, os dois objetivos primordiais são concluir uma Parceria Público Privada para a construção de 19 postos de saúde e reforma de outros 61, além de erguer sete unidades de pronto- atendimento (UPAs).
De acordo com o secretário de Saúde municipal, Marcelo Teixeira (PSDB), cada unidade custará R$ 8 milhões e a manutenção mensal gira em torno de R$ 1 milhão. Lacerda também quer entregar, até o fim do ano, o hospital metropolitano. “A perspectiva é a de criar 390 leitos”, diz Teixeira.
A priorização da saúde acontece em meio à polêmica sobre o investimentos no setor. Em ação no Supremo Tribunal Federal, a prefeitura pediu para investir 25% da Receita Corrente Líquida, em vez dos atuais 30% de todos os impostos, como determina a lei orgânica.
Área criticada
Um dos maiores desafios é a área da mobilidade, muito criticada. Nos próximos quatro anos, o prefeito pretende concluir a expansão do metrô e as linhas rápidas de ônibus (BRTs).
Lacerda também informou que assinou convênio (de R$ 75 milhões) com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para a desocupação da área onde começará a duplicação da BR-381.
Parcerias acima das divergências políticas
Comparando-se à Juscelino Kubitschek, o prefeito Marcio Lacerda agradeceu os aliados políticos – presidente Dilma Rousseff (PT) e senador Aécio Neves (PSDB) – e prometeu diversas obras para BH.
Ao tomar posse, Lacerda disse que pretende estreitar parcerias com os governo federal e estadual, “acima de qualquer divergência política”. O sinal teve como intuito apaziguar os ânimos desgastados com Dilma. O PT lançou candidato para concorrer com o prefeito, no pleito de 2012.
Além de agradecer a Dilma e Lula, Marcio Lacerda prestou homenagem a Aécio. “(Meu) Reconhecimento ao líder maior de nossa campanha, senador Aécio Neves”, disse.
Nos bastidores, entretanto, os tucanos estariam insatisfeitos com a atuação do prefeito. Isso porque ele ainda não nomeou os indicados pelo partido. Chegou a recusar o nome do deputado João Leite, uma indicação pessoal de Aécio, para a secretaria de Obras.
Na terça, o socialista disse que fará as nomeações apenas no fim do mês.
Oposição será ferrenha, diz Patrus
Adversário de Marcio Lacerda (PSB) nas eleições passadas, Patrus Ananias (PT) prometeu ontem oposição da legenda à administração socialista e ao governo estadual, comandado pelo tucano Antonio Anastasia. Segundo Patrus, o PSB em Belo Horizonte é diferente da sigla nacional, já que tem política intensa de privatizações, especialmente na área da saúde. Patrus compôs a mesa de posse, convidado pelo presidente da Câmara, Léo Burguês (PSDB).
http://177.71.188.173/clientes/hojeemdia/web/index.php